No âmbito do Dia Mundial da Alimentação, a Rede Nacional para a Alimentação Equilibrada e Sustentável (RNAES) tem o prazer de anunciar o lançamento da publicação oficial do 2º Encontro Nacional para a Alimentação Equilibrada e Sustentável (ENAES), realizado em Tomar nos dias 17, 18 e 19 de maio de 2024.

Este documento reúne as principais conclusões do evento, que contou com mais de 100 participantes e incluiu apresentações, exposições, demonstrações gastronómicas e mesas-redondas sobre os desafios e oportunidades da promoção da alimentação saudável e sustentável em Portugal.

O encontro, que reuniu mais de 25 projetos e equipas de todo o país, juntou nutricionistas, técnicos de desenvolvimento local, agricultores, educadores, decisores políticos e membros da sociedade civil. Entre os destaques estão os debates sobre a Dieta Mediterrânica, os circuitos curtos de abastecimento e a luta contra o desperdício alimentar, com o objetivo de promover uma mudança de comportamentos para hábitos alimentares mais equilibrados.

Principais conclusões do ENAES 2024

Educação alimentar em destaque: Mais de 22 operações do Plano Nacional para a Alimentação Equilibrada e Sustentável (PNAES) estão em execução, alcançando mais de 35 mil pessoas em todo o território nacional. A capacitação e sensibilização de alunos do 1º ciclo ao secundário, assim como de cuidadores e técnicos de alimentação, é central em vários projetos que trabalham as temáticas da dieta mediterrânica, alimentação sustentável e combate ao desperdício alimentar. O encontro nacional em Tomar contou com a demonstração de 19 atividades de educação alimentar para a comunidade.

Dieta Mediterrânica como referência: A dieta mediterrânica foi apontada como um modelo integrado, reconhecido como um estilo de vida que promove saúde e protege o ambiente, destacando-se também a felicidade e o convívio, associados ao cultivo e consumo de alimentos. Discutiu-se sobre a necessidade de focar as intervenções nos jovens que se estão a afastar deste padrão alimentar. Foi destacada a importância de sensibilizar e proporcionar experiências práticas (como, por exemplo, cozinhar) pois estas experiências produzem efeitos positivos nos jovens que desmistificam muitos das suas aversões.

Partilha e colaboração entre projetos: A discussão sublinhou que a colaboração entre projetos é fundamental, acumulando conhecimento e evidência científica que podem ser aproveitadas para intervir de forma mais eficaz. O trabalho em rede e criação de modelos que valorizem a proximidade e transferência de conhecimento são essenciais, juntamente com a capacidade e decisão política nas políticas públicas.

Desafios a ultrapassar: A falta de integração entre setores e a necessidade de uma maior articulação política foram identificadas como um desafio crucial a resolver quando falamos de uma temática transdisciplinar como é a promoção de uma alimentação sustentável. Também se destacou a compreensão e uso limitado do conceito de sustentabilidade, que é contextual e deve considerar, não apenas a dimensão ambiental, mas também as dimensões económicas e social. A escassez de nutricionistas e a ausência de coragem política para implementar políticas eficazes foram igualmente apontadas, mencionando a desvalorização de medidas preventivas e as dificuldades em garantir recursos para projetos sustentáveis.

A publicação já está disponível nas plataformas oficiais da rede (rnaes.pt e pratocerto.pt):

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