O alecrim é uma aromática que marca presença, nem que seja apenas na memória cultural, quando ouvimo-la referenciada na literatura, música tradicional portuguesa, nos hábitos e costumes gastronómicos, medicina popular…
Ao esfregarmos as folhas entre os dedos, detetamos facilmente a libertação de óleos voláteis que transportam um aroma forte, agradável e, quando levada à boca estimula o paladar com um sabor ligeiramente ácido.
São estas caraterísticas organoléticas que a definem, tornando-a apetecível para a confeção de receitas culinárias, desde entradas a sobremesas, e até mesmo preparados, como óleos, vinagres e molhos aromatizados; na perfumaria, cosmética, como fragrância; na aromatização de espaços, sob a forma de incenso, óleo essencial, arranjos florais, almofadas e sacos perfumados, úteis em gavetas e roupeiros, pela sua ação repelente de muitas espécies de lepidópteros, o que a coloca, também, no quadro das plantas auxiliares, relevantes nas fases de planeamento e manuseamento de algumas culturas, tanto como companheira, como inserida em formulações, utilizadas em práticas de agricultura biológica doméstica, e servindo de coletor, atraindo polinizadores, nomeadamente abelhas, que apreciam muito as suas flores, imprimindo notas especiais ao mel.
Pelas suas propriedades antisséticas podemos encontrá-la noutros ramos das indústrias alimentar e cosmética, no controlo e preservação de produtos, como conservante, constituinte de fórmulas. Dentro das possibilidades, trazidas da viagem experimental com esta planta, optamos por debruçarmo-nos sobre o estudo das propriedades terapêuticas e medicinais, unificando ramos do conhecimento, através de fontes académicas e culturais, confluentes e essenciais para o encontro e aproximação com esta variedade.
Na descrição científica esta espécie é conhecida por Rosmarinus officinalis L. (figura 1) e em linguagem comum por alecrim, alecrinzeiro, alicrizeiro, entre outras designações. Pertence à família botânica das Lamiáceas. É um arbusto perene resistente, com altura média de 50 a 150 cm, constituído por multicaules lenhosos (figura 2).
→ Leia o artigo completo na edição de maio de 2021.
Autoria: Ana Lorena 1 & Ana Isabel Cordeiro2
1 Naturopata. Direção Clínica Espaço ANEROL.
2 Departamento de Ciências Agrárias e Veterinárias,
Instituto Politécnico de Portalegre.
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