“Beekeeper Safety – Abordagem para uma cultura de segurança no sector”
A garantia de higiene, segurança e saúde nos locais de trabalho é um direito de todos os trabalhadores e também um imperativo constitucional. Nesse sentido, todas as matérias relacionadas com esta temática são consideradas de extrema relevância e transversais a todos os sectores de atividade uma vez que, contribuem para a diminuição de ocorrência de acidentes e doenças profissionais e, consequentemente, zelam pela qualidade das condições de trabalho, que são vincadamente um dos fatores fundamentais para o sucesso de um sistema produtivo.
Nesse âmbito, a melhoria da produtividade e da competitividade passa, necessariamente, por uma intervenção no sentido da melhoria das condições de trabalho e pela transferência de conhecimento para empregadores e trabalhadores.
Relativamente ao sector apícola é fundamental que sejam reforçados os mecanismos de uma cultura de segurança, assente em sistemas de prevenção e proteção que permitam melhorar, de forma sólida, a relação entre empregador e demais trabalhadores e as suas atividades.
Neste contexto e no âmbito do Programa Apícola Nacional (PAN) 2020/2022, mais precisamente na Medida 5, Ação 5.1 – Apoio a Projetos de Investigação Aplicada, foi aprovado, e encontra-se já no segundo ano de execução, o projeto intitulado “Manual de Boas Práticas de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho Apícola” com o subtítulo “Beekeeper Safety – Abordagem para uma cultura de segurança no sector”, que resulta de uma parceria entre o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e a Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP). Este projeto tem como principais objetivos a elaboração de um Manual de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho Apícola, bem como o desenvolvimento de uma Aplicação Móvel e outras ferramentas informativas.
Na sequência da reduzida literatura que se encontra disponível, incluindo manuais e outros documentos referentes a Boas Práticas de Higiene, Segurança e Saúde no trabalho no sector apícola, considera-se que a escolha deste tema é um contributo relevante e pertinente para o sector apícola. Considerando, os avanços científicos e tecnológicos no setor apícola, tornando difícil a elaboração e disseminação de documentos e aplicações que congreguem todas estas alterações e avanços com as mais recentes obrigações legais. Deste modo, a elaboração deste Manual, bem como o desenvolvimento de uma Aplicação Móvel e outras ferramentas informativas, pretende contribuir para a garantia da promoção de uma cultura de segurança e de saúde dos trabalhadores.
No planeamento do projeto, proposto para 3 anos apícolas, estão previstas as 5 atividades a seguir indicadas e apresentadas na Figura 1: Atividade 1 – Estudo e definição de requisitos legais, técnicos e funcionais; Atividade 2 – Obtenção e processamento de informação relativa a higiene, segurança e saúde no trabalho apícola em Portugal; Atividade 3 – Elaboração do Manual de Boas Práticas de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho; Atividade 4 – Aplicação Móvel e de Conteúdos Multimédia: Atividade 5 – Gestão e Disseminação do Projeto.
Com atividade 2, pretende obter-se uma perceção global que reflita, de uma forma mais próxima da realidade possível, as práticas quotidianas de todas as áreas do sector apícola referentes às boas práticas de higiene, segurança e saúde no trabalho. Assim, tem-se procedido a uma recolha de informação recorrendo a diversas metodologias, tais como: visitas técnicas, realização de questionários e entrevistas aos apicultores e outros atores do setor apícola, bem como reuniões para obter uma melhor percepção das necessidades e preocupações dos intervenientes relativamente às temáticas em questão. Neste contexto, realça-se a importância da colaboração de todos os intervenientes do sector apícola, nomeadamente apicultores, entidades coletivas, associações de produtores e/ou cooperativas, entre outros (…).
→ Leia o artigo completo na edição de janeiro de 2021.
AUTORIA: Sância Pires1*, Vítor Martins1, Getúlio Igrejas2, Paulo Coelho2, Ana Paula Pereira3, Adriano Ferreira3, Diana Sá3
- 1Centro de Investigação de Montanha (CIMO), Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Campus de Santa Apolónia, 5301-855 Bragança
- 2Centro de Investigação em Digitalização e Robótica Inteligente (CeDRI), Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Campus de Santa Apolónia, 5301-855 Bragança
- 3MORE – Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação, Associação, Edifício Brigantia Ecopark, Av. Cidade de Léon 506, 5300-358 Bragança
- *Coordenadora Científica do Projeto, email: spires@ipb.pt
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