A Comissão Europeia (CE) aprovou hoje, dia 8 de março de 2023 a azeitona galega da Beira Baixa como produto de denominação de origem protegida (DOP) da União Europeia (UE), que passa a receber o estatuto de Indicação Geográfica Protegida (IGP).
Segundo uma nota publicada no jornal oficial da UE, o executivo comunitário referiu que a decisão oficializada recentemente (8 de março), passando a “Azeitona Galega da Beira Baixa” a ser o mais recente produto português a juntar-se à lista de IGP, um dos regimes de proteção de produtos de qualidade da UE.
De acordo com o pedido submetido à CE pela Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI), entidade promotora deste processo, “entende-se por azeitona galega da Beira Baixa o produto preparado, azeitona de conserva, obtido a partir da variedade Galega da espécie Olea europaea L”.
Fruto de um longo trabalho de mais de 6 anos, liderado pela Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI) que, em parceria com um conjunto de entidades, desenvolveu o caderno de especificações para a Azeitona Galega da Beira Baixa, agora aprovado na Comissão Europeia.
A partir deste momento todos os produtores de Azeitona Galega da área geográfica abrangida – todas as freguesias dos concelhos da Covilhã, Belmonte, Fundão, Penamacor, Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Proença-a-Nova, Oleiros, Sertã, Vila de Rei e Mação – dispõem de um instrumento de valorização e comunicação desta azeitona de conserva, tipicamente portuguesa, perante os diferentes mercados. Trata-se com este reconhecimento e definição de regras comuns de produção, de um pacto de confiança com os consumidores materializado na autenticidade e genuidade da origem e do saber fazer. A gestão desta Indicação Geográfica Protegida passará ser da responsabilidade da APABI tal como já acontece com os azeites Denominação de Origem Protegida: Azeite da Beira Alta e Azeite da Beira Baixa.
A variedade de azeitona galega é exclusivamente portuguesa e ao longo dos últimos anos tem vindo a ser substituída por outras variedades, inclusive de outras origens. A região da Beira Baixa caminha para um dos últimos redutos desta variedade a nível nacional e este reconhecimento representa a ambição de inverter o abandono destes olivais, na sua maioria de sequeiro, promovendo uma utilização alternativa da azeitona, com acréscimos significativos de rendimento ao produtor e naturalmente estimulado pela procura dos mercados, que lhe reconhecem para além da sua qualidade, a sua diferenciação.
Nesta data simbólica coincidente com o Dia da Mulher, inicia-se a etapa mais importante desta viagem: fazer chegar aos consumidores as primeira Azeitonas Galegas da Beira Baixa, reconhecidas como Indicação Geográfica Protegida.