1.Enquadramento na nova PAC
A estratégia da Comissão Europeia (CE) “Do Prado ao Prato / From farm to fork – Our food, our health, our planet, our future”, é um importante documento para que a agricultura faça cada vez mais parte da solução (ambiental, climática, económica, social, sanitária) e não do problema.
Para além dos 5 objetivos específicos que aí são identificados, são ainda estabelecidas as seguintes metas quantificadas para atingir até 2030:
a) Reduzir em 50% o uso e o risco de pesticidas de síntese química;
b) Reduzir em 50% o uso dos pesticidas mais tóxicos;
c) Reduzir a lixiviação de adubos em pelo menos 50%, assegurando a manutenção da fertilidade do solo;
d) Reduzir o uso de adubos químicos em pelo menos 20%;
e) Reduzir as vendas de antibióticos para a produção animal e aquícola;
f) Aumentar a área de agricultura biológica (AB) para 25% da área agrícola da UE.
Estas metas resultaram da avaliação da situação atual da agricultura europeia e do impacto ambiental que ela tem tido. Ao nível das alterações climáticas, a agricultura europeia tem atualmente um balanço negativo entre emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e o sequestro de carbono retirado da atmosfera (CO2) e armazenado nas plantas e no solo. É objetivo da CE atingir a neutralidade carbónica (net zero emissions) até 2050 (Lorant A. & Allen B., 2019). No setor agrícola esse balanço devia ser positivo, pois a agricultura tem a fábrica que permite fixar o CO2 da atmosfera e convertê-lo em carbono orgânico. A fábrica é a planta e o processo é a fotossíntese. Grande parte desse carbono deve ser convertido em húmus e sequestrado no solo, com vantagens climáticas e agronómicas. O aumento de 1% de matéria orgânica no solo corresponde a cerca de 30 toneladas de carbono orgânico por cada hectare, o que para uma SAU nacional já superior a 3.600.000 hectares, corresponde a mais de 100 milhões de toneladas de carbono retirado da atmosfera (CO2) e colocado no solo pela agricultura (…).
→ Leia o artigo completo na edição de abril 2023 da Revista Voz do Campo.
Autor:
Jorge Ferreira
Eng.º Agrónomo / Consultor agrícola
www.agrosanus.pt
Referências bibliográficas →
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