Pedro Neto, Vereador da Câmara Municipal do FundãoTemos hoje no concelho do Fundão, cerca de 40 mil animais, onde entram as duas raças, consideradas as mais adaptadas, estamos a falar do Merino da Beira Baixa e da Cabra Charnequeira. Agora, precisamos de as preservar, de as disseminar e de as tornar mais rentáveis para os próprios produtores.
“Inovação e Valorização das Raças Autóctones” é sem dúvida nenhuma um tema na agenda política deste município. Quando há uns anos a esta parte pedimos à DGAV – Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, o número de animais existentes de raças autóctones no concelho do Fundão, com com a preocupação da valorização das DOP (Denominação de Origem Protegida) e IGP (Indicação Geográfica Protegida), chegámos à conclusão que tivemos um decréscimo nos últimos anos em toda a região centro, de um número considerável, perto de 300 mil animais. No concelho do Fundão também temos um decréscimo perto de 40% dos animais. E nas raças autóctones o cenário ainda é mais desolador. Se queremos produtos com maior valorização, mais diferenciados, temos que efetivamente fazer uma aposta na fileira.
Medidas mais concretas de apoio aos agricultores
E foi neste sentido que o Município do Fundão decidiu tomar medidas, não só com a criação deste tipo de jornadas, mas também de medidas mais concretas de apoio aos agricultores. Criar um regulamento que faz o financiamento direto aos agricultores com valores que chegam aos 15 euros por animal. Um apoio ao litro de leite na aposta do queijo DOP. Mas fomos mais Longe, decidimos apostar na constituição de um núcleo de animais que possam servir no futuro para a disseminação desta raça, numa perspetiva de apoiar diretamente as associações com a constituição de um efetivo que possa ajudar a fazer essa disseminação, para podermos obviamente aumentar o efetivo no nosso concelho.
Leia este e outros assuntos na Revista Voz do Campo, edição de outubro 2023.