À frente dos desígnios da Olivum, Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, está Pedro Lopes que nesta entrevista fala-nos do atual cenário do setor e as perspetivas para a campanha deste ano.
Passado quase um ano desde a alteração da sua designação para Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, o que é aos dias de hoje a Olivum?
Aos dias de hoje, a Olivum é um parceiro ativo e preocupado com aquilo que são as prioridades dos associados. Pretendemos continuar a fazer crescer este setor tão importante para Portugal, assim como contribuir para um produto de qualidade e sustentável. Além de representarmos os nossos associados, temos trabalhado arduamente na promoção e desenvolvimento da indústria e na partilha de conhecimento. Lançámos projetos pioneiros dos quais nos orgulhamos, temos trabalhado com profissionais e entidades ímpares que nos apoiam na solidificação do setor e pretendemos continuar a fazer esse trabalho assente na modernidade, inovação e tecnologia.
Quem são os seus associados e o que representam no universo do setor olivícola em Portugal?
Atualmente, a Olivum tem 130 grupos associados, que integram mais de 300 sociedades, com uma representatividade superior a 49.000 hectares de olival, e 18 lagares, sendo responsável por mais de 70% do azeite produzido em Portugal.
Quais as regiões mais representativas? E porquê?
A região do Alentejo continua a ser a mais representativa no universo dos associados, pela origem da própria Olivum. No entanto, já contamos com associados no Ribatejo e Algarve.
Qual é o volume de negócios anual estimado desses associados?
Podemos adiantar que representa mais de 70% da produção nacional.
Que percentagem desse valor se destina ao mercado nacional? E quais são os principais mercados?
Segundo os dados disponíveis (Casa do Azeite e COI – Comité Oleícola Internacional) e na generalidade, podemos dizer que Portugal exporta cerca de 180.000 toneladas de azeite e tem também um consumo doméstico de cerca de 55.000 toneladas. Estamos hoje numa situação em que Portugal é largamente autossuficiente para o seu consumo, mas é também um importante exportador, situação completamente inversa ao início dos anos 2000, em que Portugal não produzia o suficiente para o seu consumo. Os principais mercados para venda a granel à saída dos lagares são sem dúvida Itália e Espanha (se falarmos de azeite embalado já seria o Brasil). No entanto, não conseguimos precisar os dados relativos à percentagem de azeite vendido para exportação à saída dos lagares, uma vez que não são divulgados pelas entidades oficiais.