“Como coordenadora do departamento técnico da Produção Integrada na Kiwa Portugal, considero crucial valorizar as Novas Normas de Produção Integrada (PRODI) para culturas vegetais, estabelecidas em Portugal em Maio de 2023. Estas normas são um passo significativo rumo a uma agricultura mais sustentável e responsável, alinhando-se com os princípios da sustentabilidade ambiental, social e económica.

A PRODI, enquanto sistema agrícola integrado, visa a produção de alimentos de alta qualidade, utilizando de forma racional os recursos naturais e privilegiando o uso de mecanismos de regulação natural, de forma a reduzir o impacto ambiental e promover a biodiversidade biológica.

A gestão deste sistema na exploração agrícola destaca a importância de que todos os intervenientes tenham conhecimentos sobre o processo produtivo (formação) e inclui a elaboração de um plano de exploração, bem como a implementação de um conjunto de práticas e princípios mais eficientes e racionais ao nível da conservação do solo, da fertilização, da eficiência energética, da fitossanidade, da gestão de resíduos, das intervenções na planta, fomentando a biodiversidade.

A introdução destas “Novas Normas” são uma resposta direta às diretrizes europeias, como o Pacto Ecológico Europeu e a Estratégia do Prado ao Prato, que visam tornar a Europa o primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050.

Encontram-se também alinhadas com a Estratégia da Biodiversidade da UE para 2030, que destaca a importância da biodiversidade e dos ecossistemas saudáveis. As práticas da PRODI podem contribuir para a mitigação das alterações climáticas e promover a resiliência do setor agrícola.

Além disso, as normas reforçam a necessidade de uma abordagem holística e integrada na agricultura, que não só permite melhorar a qualidade e segurança dos alimentos, mas também garantir a preservação dos recursos naturais e promover o bem-estar social e ambiental. Ao adotar estas normas, os agricultores podem não só cumprir com as exigências legais e ambientais, mas também melhorar a eficiência da produção e a sustentabilidade a longo prazo.

Em conclusão, é essencial promover e apoiar a implementação destas normas. Elas representam um avanço significativo para uma agricultura mais sustentável, beneficiando não só o meio ambiente, mas também os agricultores, consumidores e a sociedade em geral.”

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