O programa de melhoramento de mirtilos nos Estados Unidos começou no início dos anos 1900. Elizabeth White, a rainha do mirtilo, convenceu os seus trabalhadores a apanhar mirtilos selvagens em Nova Jérsia e nos estados vizinhos e a trazê-los para a sua quinta. Ela leu o Boletim 193 do Departamento de Agricultura dos EUA, Experiências na Cultura do Mirtilo, de Frederick V. Coville. Entrou em contacto com Coville e ofereceu a sua ajuda, que foi bem recebida. Posteriormente, iniciou-se a produção de mirtilos em colaboração entre os dois. A sua colaboração durou 26 anos e, em 1992, muito tempo depois da morte de Coville em 1937, 29 cultivares que lançaram representavam 75% dos mirtilos cultivados nos EUA.
Na década de 1950, a invenção do Southern Highbush Blueberries (SHB) por Ralph Sharpe da Universidade da Florida expandiu a produção de mirtilos para ambientes mais quentes.
A Universidade da Carolina do Norte (NCSU) tem uma longa história de envolvimento no desenvolvimento de variedades de mirtilo. Os trabalhos cooperativos de melhoramento de mirtilos com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos tiveram início na década de 1930, na sequência da perda de plantas das primeiras variedades cultivadas de mirtilo desenvolvidas pelo United States Department of Agriculture (USDA) em Nova Jérsia devido ao cancro do caule do mirtilo. Na década de 1970, a introdução da SHB “Southern Highbush Blueberry” nos programas de melhoramento em todo o sudeste dos EUA, incluindo a Carolina do Norte e a Geórgia, foi um acontecimento significativo.
As primeiras espécies do grupo Highbush do Sul lançadas pela NCSU foram a O’Neal, a Blue Ridge e a Cape Fear, das quais a O’Neal tem sido a mais importante para a indústria da Carolina do Norte, para o sudeste dos EUA e para a maioria das áreas de produção de baixa temperatura em todo o mundo. A segunda variedade mais importante do grupo Highbush do sul da NCSU até à data foi a Reveille, que teve a distinção de ser a primeira variedade adaptada à colheita mecânica para o mercado de produtos frescos.
A adaptação melhorada e a qualidade superior dos frutos dos tipos de Highbush do Sul continuam a dominar os trabalhos de melhoramento atualmente. No total, 11 highbush padrão, 16 highbush do sul, 11 rabbiteye, 2 pentaploides e 4 variedades de mirtilo ornamental foram introduzidas pelo programa de melhoramento da NCSU ao longo dos anos por E. B. Morrow, G. Galleta e J. R. Ballington. Em abril de 2015, o Departamento de Ciências Hortícolas da N. C. State University deu as boas-vindas ao seu quarto geneticista e investigador de mirtilos, Hudson Ashrafi, para liderar este programa.
Os programas públicos de melhoramento genético nos EUA passaram por mudanças nos últimos oito anos. Os antigos investigadores convencionais reformaram-se ou faleceram (…).
→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo: edição de dezembro 2023
Autoria: Hudson Ashrafi – Professor do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade da Carolina do Norte (EUA).
