A qualidade da água utilizada em pequenos frutos é fundamental para conseguir uma boa produção. Seja qual for a origem da água (poços/furos, barragens, rios, etc.), é importante realizar análises com frequência para, primeiramente, conhecer os parâmetros que caracterizam a água e depois, conseguir ajustá-los. Por exemplo, água com elevadas concentrações de Bicarbonatos (+2mmol/l HCO3-) vão afetar o pH da zona radicular e o funcionamento do sistema de rega, o que consequentemente afetará a disponibilidade de nutrientes e poderá causar entupimentos nos gotejadores pela precipitação de Cálcio e/ou fosfatos de Magnésio.

No caso dos pequenos frutos, especialmente o mirtilo que são menos tolerantes a pH altos, muitas vezes significa a necessidade de acidificar a água de rega para criar uma zona radicular mais confortável ao seu desenvolvimento. Para ajustar o pH da água de rega, alguns Bicarbonatos podem ser neutralizados com ácido (nítrico, fosfórico, sulfúrico, derivados de ureia), peróxido de hidrogénio (H2O2), queimadores de enxofre, etc. Em água muito difícil, a mistura de ácidos pode resultar melhor, no entanto, seja qual for o método, é sempre importante seguir as recomendações do Agrónomo que o acompanha.

A EC (Electro condutividade) é uma medida da quantidade de iões dissolvidos na água. Soluções aquosas podem ter mais ou menos elementos minerais (sais) que influenciam diretamente os níveis da EC. Mais iões na solução = maior EC. Medida em micro Siemens (uS cm-1) ou mili-siemens (mS cm-1), a EC pode ser utilizada para diferentes parâmetros, tais como: água para rega; solução fertilizante (fertirega); lixiviado/drenagem (no caso de produção em substrato); EC do Substrato (Água dos Poros), medição direta da CE da solução do solo através dos poros do substrato, com recurso a um “WET sensor” ou outro dispositivo TDR semelhante que pode ser sondado diretamente no substrato.

Com o aumento da concentração iónica (>EC) a absorção de água pelas plantas é restrita e grandes quantidades de nutrientes móveis no xylema são transferidos para as folhas através da transpiração. Estes podem ficar concentrados na margem das folhas e, em quantidades tóxicas, provocar queimaduras (“salt-burn”) (…).

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