“Na época anterior à barragem de silves (Barragem do Arade) que é a mais antiga do Algarve, a vida agrícola era muito pobre, embora por norma chovesse com mais abundância do que hoje. Era uma agricultura de sequeiro, praticada Inclusive no Algarve Serrano, onde se produzia cereal em terras muito acidentadas, com recurso a tração animal em acentuadas curvas de nível, permitindo assim que a água da chuva ficasse retida no solo durante vários meses.
As pastagens eram ótimas, a erva era uma constante e as suas raízes evitavam a erosão, o sol tinha dificuldade em secar as terras cobertas por cereal e pastagens, a agricultura com estas condições edafoclimáticas suportavam bem a época de verão.
As terras não cultivadas são combustível para incêndios
Com a vinda da mecanização, ficou por fazer a agricultura nas terras pendentes levando ao gradual abandono das mesmas. Toda a parte serrana ficou votada ao abandono e deu-se a desertificação humana e de muitas espécies que lá viviam. Assim, as terras não cultivadas não retêm a água da chuva e a arborização fica transformada em combustível para incêndios.
Entretanto inaugura-se a barragem do Arade, dá-se um impulso no regadio das terras baixas e o Algarve Serrano fica ao abandono, não podendo contribuir para o micro clima do ALGARVE NO SEU TODO. A falta de humidade atmosférica não é propícia à precipitação necessária, e para mal de todos nós começamos a aplicar herbicidas de várias modalidades, deixando as terras a descoberto ao sol que por sua vez rapidamente retira a pouca humidade existente, não conseguindo assim impedir que as águas das chuvas sejam arrastadas para o mar.
As chuvas cada vez menos, a agricultura de regadio cada vez mais
CHEGÁMOS AO EXTREMO, nunca ninguém quis ver o problema que tem solução. Nem ecologistas, nem ambientalistas, nem naturistas. Ninguém, nem os políticos que andam a reboque destes, todos temem em avançar para a solução que é construir BARRAGENS NA ZONA SERRANA e contribuir para a receção das espécies abandonadas e restituição da humidade atmosférica para que o Algarve em termos de clima volte a ser o que era”.