“Felizmente há uns anos foi possível fazer o melhor investimento agrícola de sempre em Portugal que foi a barragem do Alqueva. Depois do Alqueva muito pouco se tem feito, ao nível daquilo que é a nossa capacidade de armazenamento de água, porque uma agricultura para ser competitiva tem de ter água, todos temos consciência disso, e os amendoais não são exceção.
A mensagem que gostaria de deixar aqui de forma muito simples, é que o problema de armazenamento de água não se resolve de um dia para o outro. Aquilo que são as dificuldades e o planeamento dos agricultores que têm culturas perenes, não se resolvem de um dia para o outro e convém que sejam da parte de quem decide as políticas, dadas com previsibilidade e com sustentabilidade (…) e aquilo que tentaremos fazer junto com o setor é encontrar um conjunto de medidas que sejam favoráveis ao setor.
Queremos aproveitar de facto aquelas que são as nossas grandes potencialidades da nossa produção agrícola, e felizmente Portugal sendo o tal país pequenino, é um país que tem uma oportunidade produtiva gigante, pela qualidade do produto que faz, pelas condições para os produzir que tem, diferenciadas. O nosso clima, a nossa proximidade ao mar, os nossos solos, são condições únicas para obtermos produtos de excelência que deverão ser um orgulho nacional, seja a amêndoa, a pera rocha, o olival, o vinho, seja a nossa carne das espécies autóctones (…) todas elas devem ser encaradas pelos portugueses como motivo de orgulho e aqueles que delas tratam, que as cultivam deverão ser e merecer da nossa parte o maior respeito e maior incentivo para que eles possam ter uma atratividade e os mais jovens sintam na agricultura uma atividade nobre e que acima de tudo valha a pena”.
Parte do discurso de João Moura, Secretário de Estado da Agricultura, à margem da sua intervenção durante o III Congresso da Portugal Nuts, realizado em Beja no dia de 23 de maio.
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