Trata-se aqui uma avaliação superficial, uma “fotografia” do momento, da produção de pequenos ruminantes, na vertente leite e queijo.

Comecemos por uma breve síntese da situação dos efectivos. Os dados abaixo foram retirados do INE, RAC 2019.

Por economia de espaço abstemo-nos de apresentar os quadros relativos aos gráficos apresentados, mas sempre diremos que menos de 30% de caprinos e 13% dos ovinos nacionais são explorados na vertente leiteira e, só na Beira Interior, a aptidão leite atinge os 56%, certamente fruto do reconhecimento do queijo da Serra. Mesmo neste último caso, o número de ovelhas inscritas no livro genealógico não ultrapassa as 23.000 cabeças, para um efectivo ovino regional que quase atinge os 350.000 animais. A distribuição espacial mostra ainda que se destaca claramente o Alentejo (ovinos, 52% da produção nacional), de vocação marcadamente carne.

Como elemento negativo temos o efectivo em erosão e, em algumas regiões, como em TM, em recuo acelerado, em especial o de leite (ovinos -46,8% e caprinos -43,3% cabeças) entre 2009 e 2019 (Azevedo et.al. in Revista Brigantia 2022/2023). Infelizmente em diversas outras regiões o panorama é semelhante. Como nota positiva, é nítido o aumento do número de cabeças por exploração.

Como não poderia deixar de ser, as produções de leite e queijo associadas estão em erosão moderada, sobretudo no caso dos caprinos.

Por fim, ao andar no terreno sente-se um pessimismo latente, em muitas regiões, que está em consonância com outras produções e com o avançado estado de desertificação do mundo rural. Também aqui se verifica a regra dos 20/80 sendo que cerca de 80% da população habita uns 20% do território litoral, saturado (…).

*Escrito no âmbito do antigo acordo ortográfico

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Autoria: Álvaro Mendonça
Instituto Politécnico de Bragança