“Toda a gente sabe o que é o marmelo, mas poucos exploram as potencialidades deste fruto”, afirma Aurora Santos, o rosto do projeto Marmelos Aurora com sede em Beja.

O gosto pela terra e pelo marmelo vem de infância, pois cresceu a ver várias árvores nos quintais das casas e bordaduras dos campos. Paixão essa que influenciou Aurora Santos na escolha para implementar o seu projeto agrícola em 2015 quando se plantaram as primeiras plantas de marmelos.

“Toda a gente sabe o que é o marmelo, mas poucos exploram as potencialidades deste fruto”, reitera a empreendedora Aurora Santos. Mas convém recuar um pouco atrás.

Apesar de ter demorado algum tempo “a convencer o marido a adquirir um terreno para cultivar”, o casal deu o passo. Após várias investigações, pesquisas, a fruticultora candidatou-se ao Centro de Frutologia Compal (CFC) e o seu projeto foi um dos vencedores. Este prémio, diz Aurora Santos, foi “um grande apoio no arranque deste projeto de vida”. Recorde-se que o Centro de Frutologia Compal é um projeto que tem como objetivo valorizar e promover a fruta portuguesa, estimulando a inovação desde a produção, até à transformação e ao consumo.

“O marmelo é um fruto vencedor, resistente, pois de todas as frutícolas é o que tem um ciclo mais longo”

É na exploração Ao Bicho do Mato, num terreno com 4 hectares, que está a plantação de marmelos, nos arredores de Beja.
Aurora Santos escolheu três variedades diferentes para haver um escalonamento da produção. Se por um lado permite organizar a colheita, por outro há diferenciação no fruto. Falamos de uma variedade destinada ao consumo em fresco e outra para a transformação nomeadamente de compotas, doces, sumos, marmeladas (…).
A empreendedora, que desenvolve este projeto em simultâneo com a sua atividade profissional, define o fruto como um vencedor, resistente, pois de todas as frutícolas é o que tem um ciclo mais longo (fevereiro a outubro). “O marmelo tem de aguentar na árvore com as intempéries, as geadas, chuvas, trovoadas e depois as pragas com as altas temperaturas de agosto”, assume.
Para Aurora Santos, produzir um bom marmelo, requer a devida manutenção do pomar. “Todos os anos as árvores são podadas, tem enrelvamento na entrelinha para reter azoto no solo e trituramos as podas da própria árvore para incorporar matéria orgânica no solo”, explica a fruticultora.

A produzir há sete anos, foi há dois anos atrás que atingiu o ano cruzeiro de produção com 160 toneladas.

Rico em potássio, fibra, e com diferentes propriedades, no mercado, sobretudo para os supermercados e exportação, fazem-se representar pela marca “Marmelos Aurora – A Fruta do Coração”. Sobre o mercado, Aurora Santos diz que ainda não há muito hábito de consumo em fresco, mas o feedback que tem dos seus clientes “são os melhores marmelos da Europa”.
Em termos de certificação, a exploração é submetida ao certificado GlobalG.A.P e Produção Integrada através da NATURALFA, organismo de certificação agroalimentar. Aurora Santos vê a certificação como sendo fundamental para dar confiança ao consumidor. “Costumo dizer que sou uma agricultora responsável. Uso produtos homologados, doses recomendadas, cumpro com os intervalos de segurança, pratico as boas práticas (…) A NATURALFA chega aqui faz-me uma auditoria e confere os parâmetros e é emitido um certificado. O consumidor ao saber que tenho essa certificação, sabe que fiz tudo correto” (…).

Saiba mais sobre a certificação NATURALFA

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