Com a consolidação da utilização de algas na agricultura, que hoje em dia entram frequentemente nos esquemas de tratamentos de diversas culturas, verifica-se a presença crescente de empresas conhecidas do mundo da proteção de plantas, uma vez que as algas são uma das ferramentas cruciais para poder fazer uma agricultura mais sustentável.

A utilização de algas na agricultura é muito antiga, sendo difícil saber com exatidão quando começou. Há registos sólidos da sua utilização no período de domínio Grego e Romano, mas estudos arqueológicos, indicam que a sua utilização terá começado muito antes, provavelmente no Neolítico. Inicialmente, e de forma empírica, os agricultores aperceberam-se que a a utilização de algas na agricultura promovia um melhor desenvolvimento das plantas, embora evidentemente ainda não tivessem o conhecimento e a tecnologia para saber o porquê. Mas não foi assim com tantos outros avanços na História? Antes de mergulhar nas razões do sucesso das algas na agricultura, é importante perceber qual o seu enquadramento atual.
As algas enquadram-se a nível legislativo no grande grupo dos bioestimulantes. Por definição, um bioestimulante é um produto que estimula os processos de nutrição das plantas, independentemente do conteúdo em nutrientes do produto, com o único objetivo de melhorar uma ou várias das seguintes características da planta ou sua rizosfera:

Eficiência no uso de nutrientes
Tolerância ao stress abiótico
Características de qualidade
Disponibilidade de nutrientes imobilizados no solo ou na rizosfera

Dentro da grande categoria dos bioestimulantes, podemos encontrar muitos produtos diferentes, tais como aminoácidos, algas, microalgas, produtos à base de micro-organismos, ou a combinação de dois ou mais produtos destes grupos.

As algas, frequentemente confundidas com plantas, estão agrupadas no Reino Protista, sendo eucariontes que realizam fotossintese. As que têm maior importância comercial, ao nível da agricultura, provêm do filo Phaeophyta (que tem mais de 1500 espécies) e são conhecidas como algas castanhas (ou pardas). Dentro deste filo, as mais conhecidas são as espécies Ascophylum nodosum, Ecklonia maxima e espécies do género Laminaria.

Se os bioestimulantes não são todos iguais, as algas também não, e é importante conhecer as suas características, que determinam a escolha do momento de aplicação, em função do objetivo pretendido. Há vários constituintes importantes nas algas, mas há alguns que se destacam:

Manitol – efeito de osmorregulação contra stress oxidativo causado por fatores abióticos como seca, calor extremo, elevada radiação U.V. ou salinidade.
Ácido Algínico – quelação de micronutrientes e condicionador do solo. Tem um importante papel na melhoria das condições dos micro-organismos no solo.
Polifenóis e vitaminas – efeito antioxidante, com efeito mitigador e de melhoria da tolerância ao stress.
Hormonas Vegetais Naturais – são um dos componentes mais importantes das algas e determinam a sua finalidade, em função da quantidade e proporção de cada tipo de hormonas vegetais naturais. Por exemplo, é conhecido o maior teor em auxinas, relativamente às citoquininas na alga Ecklonia maxima e um maior equilíbrio entre estas duas hormonas vegetais na alga Ascophylum nodosum, o que faz com que o seu posicionamento possa ser diferente (…).

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo: edição de junho 2024

Autoria: Pedro Cabanita , Marketing Manager
Certis Belchim Portugal