As alterações climáticas e água, a sustentabilidade, os preços mundiais e as tendências de consumo foram os temas em debate no III Congresso da Portugal Nuts – Associação de Promoção de Frutos Secos, que reuniu mais de 400 participantes em Beja, a meados de maio.

Sob o tema central “Abraçar o Futuro”, para a Portugal Nuts a elevada presença de participantes na III edição do Congresso, é um sinal da vitalidade desta associação e dos profissionais do setor dos frutos secos que, quer portugueses ou espanhóis, ouviram e debateram sobre a mudança climática, as questões da água, a sustentabilidade, a perspetiva da evolução dos preços mundiais e as tendências de consumo. No decorrer deste III Congresso foi revelada a matriz dos associados da Portugal Nuts na apresentação dos dados recolhidos sobre a campanha de 2023.

 

Portugal Nuts:
56 associados, desde produtores a processadores, cobrem cerca de 19 000 hectares de novas plantações nas diferentes culturas: amêndoa e noz.

A área dos 56 associados:
25% da total do país – 17.414ha de amendoal e 1.357ha de nogueiral

Distribuição da área dos amendoais:
73% no Alentejo, 15% na Beira Interior e 7% no Ribatejo.

Distribuição da área dos nogueirais:
70% no Alentejo e 25% no Ribatejo.

Contribuição destas áreas:
7.900t de miolo de amêndoa e 1.246t de noz em casca. O estudo, também apurou que os associados da Portugal Nuts têm 522 postos de trabalho fixos nas suas atividades ligadas aos frutos secos.

Objetivo:
A Associação tem como como objetivo o estudo, experimentação, demonstração e divulgação de práticas culturais adequadas à realidade nacional dos pomares de frutos secos, e que conduzam ao aumento da competitividade dos seus associados, bem como a defesa e representação dos interesses dos seus associados junto das entidades, oficiais ou privadas, de âmbito nacional ou internacional.

Estes números revelam que metade da área de amendoal ainda não começou a produzir em 2023 (são plantações novas com menos de 3 anos e ainda estão em formação) o que irá significar que a produção de miolo de amêndoa em Portugal pode, pelo menos, triplicar nos próximos cinco ou seis anos, quando as atuais plantações atingirem o seu potencial máximo, passando das 20 mil toneladas de miolo de amêndoa que podem ter sido produzidas em 2023 para, em cinco ou seis anos, chegar às 60 mil toneladas.

A cultura do amendoal deve ser reconhecida como de importância estratégica para o país e necessita saber que há um claro apoio para o seu crescimento (dotações de rega adequadas, soluções fitossanitárias para fazer face à diminuição dos riscos de pragas e doenças, e regras do seguro de colheitas adaptadas às características desta cultura), por parte da Administração Pública”, refere António Saraiva, diretor executivo da Portugal Nuts.

O programa do Congresso contou com quatro mesas redondas onde foram explorados temas como ‘Implicações para a produção: o que fazer hoje?’, ‘Como podemos fazer melhor e diferenciar-nos?’, ‘Como se vão comportar os mercados’, ‘Aumentar o consumo de frutos secos: alimentação e experiências’ e debateram algumas ideias importantes para o setor como as alterações climáticas que têm nas plantas, a importância da transformação da água, a criação de um ecossistema favorável no sul do país, a relevância dos seguros na agricultura, a intensificação dos sistemas de produção sustentáveis e ainda a inovação que este tipo de produtos pode trazer à alimentação (…).

→ Mais desenvolvimento na Revista Voz do Campo: edição de julho 2024