Portugal é o país do mundo que produz azeite de melhor qualidade graças às melhorias significativas nas infraestruturas e práticas de produção que permitiram que, em 2022, 98% do azeite português fosse classificado como Virgem ou Virgem Extra. Estas são conclusões da mais recente atualização do estudo ‘Olivicultura: O motor da (r)evolução agrícola nacional’, desenvolvido pelo consórcio Consulai e Juan Vilar Consultores Estratégicos para a Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal – OLIVUM.
De acordo com o estudo, que tem agora a sua primeira atualização desde 2019, Portugal será o terceiro maior país produtor de azeite do mundo, dentro de aproximadamente dois anos. De facto, ao longo das últimas quatro campanhas, o aumento de produtividade nacional foi muito superior à dos outros principais países produtores, o que permitiu uma evolução do 9.º para o 6.º maior produtor.
Os aumentos na produção e na qualidade de azeite português devem-se, em grande medida, ao facto de os lagares nacionais terem beneficiado, ao longo das últimas décadas, de um forte investimento industrial em tecnologia. Esta evolução levou a que a produção de azeitona em Portugal tenha aumentado mais de 250% entre 2011 e 2021, e permitiu triplicar a produtividade média dos olivais desde há 20 anos, resultado da introdução de novas técnicas de produção, como o regadio, que conduziram a uma maior rentabilidade da azeitona.
“Portugal é hoje um dos líderes internacionais nesta indústria: tem oito dos dez lagares do mundo que processam um maior volume de azeitona e três dos cinco lagares mais avançados em termos tecnológicos. Estes resultados são fruto do nosso compromisso com a inovação e modernização que, aliadas à valorização e proteção da biodiversidade e adoção de boas-práticas sustentáveis, nos têm colocado numa posição de liderança a nível mundial”, destaca Susana Sassetti, Diretora-Executiva da OLIVUM.
O estudo revela ainda que a adoção de boas práticas não se limita apenas ao aumento da produção e qualidade do azeite nacional, mas tem também impacto significativo na sustentabilidade. Alguns exemplos disso incluem o aumento de captura de CO2 pelos olivais, a introdução de coberto vegetal nas entrelinhas, o que melhora a biodiversidade e a qualidade do solo, e a eficiência hídrica de culturas de olival de regadio, uma das grandes preocupações dos olivicultores, a par da aplicação de fitofármacos.
Mais desenvolvimento na próxima edição agosto/setembro da Revista Voz do Campo.