No âmbito do projeto INOVCIRCOLIVE – “Inovação e Circularidade no Setor Oleícola”, decorreu no passado dia 11 de setembro, na Herdade da Torre das Figueiras, em Monforte, uma demonstração inovadora e de grande relevância para o setor olivícola. O evento, atraiu diversos agricultores, técnicos e profissionais do ramo, interessados em conhecer de perto todo o processo de aplicação localizada de composto no olival.
O projeto INOVCIRCOLIVE tem como principal objetivo a promoção de soluções inovadoras para a valorização integrada dos excedentes da produção do azeite (bagaço de azeitona, restos de podas e folhas do olival, águas residuais e caroço de azeitona) e de outros sobrantes da cadeia agroalimentar, desenvolvendo produtos e processos inovadores de valor acrescentado e promovendo uma bioeconomia circular para o setor oleícola.
Organizado conjuntamente pela Universidade de Évora e pela Torre das Figueiras Sociedade Agrícola Lda, em parceria com o INIAV (Instituo Nacional de Investigação Agrária e Veterinária), IPP (Politécnico de Portalegre), CEPAAL (Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo) e o CEBAL (Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo), a ação expôs aos participantes como a inovação e a sustentabilidade podem andar de mãos dadas no setor agrícola.
A ação foi conduzida pelo Professor da Universidade de Évora António Bento Dias, o principal protagonista do dia de campo e o responsável pelo total acompanhamento da pilha de compostagem.
A sessão iniciou-se com uma explicação abrangente sobre todo o processo de formação do composto, elucidando os presentes sobre cada etapa fundamental. Durante a formação do composto, o processo de compostagem foi rigorosamente controlado e monitorizado.
A pilha de compostagem foi submetida a um controle constante com registo de valores de temperatura (Figura 1), regas (Figura 2) e reviramentos periódicos (Figura 3) de forma a garantir uma decomposição eficaz e equilibrada da matéria orgânica.
O composto utilizado na demonstração era proveniente de uma mistura controlada e previamente estudada de bagaço de azeitona, folhas da limpeza da azeitona e estrume de bovino. Após cerca de seis meses de compostagem, obteve-se um composto estabilizado pronto para ser aplicado nos olivais. Após a descrição do processo de compostagem utilizado, os participantes deslocaram-se para uma parcela de olival em sebe com aproximadamente um ano de idade, da variedade I15 instalado a 5m x 1.5m.
Na demonstração utilizaram-se dois semi-reboques distribuidores de material orgânico, que têm a capacidade de aplicar o composto na faixa coincidente com a linha de plantação. Em primeiro lugar procedeu-se à descrição do semi-reboque IDavid disponibilizado pela Torre das Figueiras (Figura 4). Trata-se de um semi-reboque de fundo móvel com transportador de correntes e travessas, que descarrega para um tapete transportador localizado na traseira (Figura 5).
O composto é descarregado num rotor com travessas acionado hidraulicamente, que o projeta para a faixa de solo coincidente com a linha de plantação (Figura 6). O acionamento do tapete transportador, do fundo móvel e do disco distribuidor é realizado hidraulicamente através de um caudal de óleo proveniente do serviço Externo do Sistema Hidráulico do trator. Para regular a quantidade de composto distribuído o semi-reboque IDavid dispõe de uma porta na traseira acionada hidraulicamente (Figura 5).
Exemplificou-se também a maneira de calibrar o semi-reboque. Colocaram-se panais no solo na faixa onde se aplicou o composto (Figura 7) e, de seguida quantificou-se a massa de composto distribuído nessa área e calculou-se o valor aplicado por m2 . Verificado que a quantidade de composto distribuído era a pretendida, procedeu-se à aplicação de composto na faixa do olival. O semi-reboque IDavid utilizado apenas aplica na linha localizada á direita (Figura 8).
e seguida procedeu-se à descrição do semi-reboque Herculano H2RSP disponibilizado pela Herculano Alfaias Agrícolas SA (Figura 9). Trata-se de um semi-reboque com sistema hidráulico autónomo para acionar o transportador de correntes e travessas do fundo móvel (Figura 10) e os transportadores sem-fim que transportam lateralmente o material a espalhar (Figura 11). O sistema hidráulico autónomo dispõe de uma bomba de óleo acionada pela tomada-de-força do trator (Figura 12).
O controlo da massa de estrume descarregada pelo fundo móvel para os transportadores sem-fim é efetuado por uma porta controlada hidraulicamente (Figura 13). Dos transportadores sem-fim o material a espalhar cai sobre rotores de espalhamento, colocados à direita e à esquerda da máquina (Figura 14) acionados hidraulicamente a partir de serviço externo do sistema hidráulico do trator. Este semi-reboque permite aplicar composto apenas numa linha de plantação ou em ambas as linhas de plantação, consoante a largura da entrelinha do olival (…).
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