O Valorfito está no terreno desde 2006, estando prestes a completar 20 anos de atividade. Isto coloca Portugal numa situação perfeitamente consolidada face ao que é a gestão de embalagens do setor. Quem o afirma em entrevista, é o diretor-geral do Valorfito, António Lopes Dias.

A partir de 1 de janeiro de 2025, os Pontos de Retoma Valorfito passarão a receber embalagens vazias, primárias e secundárias, de fertilizantes, rações, batata de semente, fitofármacos, sementes e biocidas. Como encaram este desafio?

Esta nova licença é, por um lado, um reconhecimento do excelente trabalho que temos vindo a desenvolver, por outro é uma responsabilidade acrescida, uma vez que os novos fluxos são bastante significativos no panorama produtivo nacional e que vai exigir de nós um grande esforço para podermos levar esta tarefa a bom porto. O âmbito é agora muito alargado e vai cobrir praticamente todas as embalagens resultantes do processo de produção agrícola e pecuária.

Qual é a ambição do Valorfito quanto à taxa de retoma para os novos fluxos de resíduos?

A taxa de retoma vai evoluir ao longo dos anos, sendo que nos primeiros tempos será necessariamente mais baixa. É um processo evolutivo. No médio prazo esperamos atingir cerca de 70%, esse é o objetivo para os anos finais da licença, isto é, para 2034. É claro que a retoma depende de vários fatores alguns deles fora do nosso controlo, sendo a principal adesão dos produtores agrícolas e pecuários a esta obrigação.

Prevê-se aumentar o número de recolhas anuais nos Pontos de Retoma para fazer face ao previsível maior volume de resíduos?

Com os novos fluxos, que representam um acréscimo significativo de volume é inevitável que a frequência e o número de operações de levantamento nos pontos de retoma aumentem significativamente ao longo dos anos. Isso vai exigir de nós uma grande capacidade de resposta. Estamos certos de que vamos estar à altura destes novos desafios.

Estando 2024 a terminar, qual o balanço que faz? O Valorfito atingiu a meta de retoma em relação a 2023?

Este ano estamos com um volume de recolhas sensivelmente 10% superior a 2023. Esperamos continuar assim até final do ano. Ainda sem ter uma visibilidade quanto às quantidades de embalagens que nos vão ser declaradas, contamos ainda assim aumentar a taxa de retoma e atingir os 60% de taxa de retoma que é o objetivo para este ano.

Há mais de uma década que o Valorfito distingue, através da entrega de prémios, aquelas que são as melhores práticas culturais. O que gostaria de destacar em relação a estes últimos anos?

Os prémios Valorfito são o reconhecimento público, bem merecido diga-se, do excelente trabalho efetuado pelos Pontos de Retoma. Há que salientar que nestes prémios não só são premiados os Pontos de Retoma como também entregamos todos os anos valores de ajuda a instituições de solidariedade social que são elas próprias indicadas pelos Pontos de Retoma (…).

→ Leia a entrevista completa e outros artigos na Revista Voz do Campo  edição de dezembro 2024, disponível no formato impresso e digital.