A gestão eficiente da água tornou-se uma prioridade estratégica em Portugal, especialmente para o setor agrícola. Nesse contexto, o Plano REGA, coordenado por José Pedro Salema, presidente da EDIA e coordenador do Plano REGA, surge como uma ferramenta essencial para planear, coordenar e promover o desenvolvimento sustentável das infraestruturas de regadio, adaptando-as às exigências das alterações climáticas e às necessidades das comunidades agrícolas. Durante a sua intervenção no encontro da FENAREG, José Pedro Salema destacou a necessidade de Portugal encarar a água como um recurso estratégico. “Precisamos primeiro tomar consciência de que a água é um tema estratégico. A partir daí, devemos trabalhar para atender às necessidades locais com recursos locais, da forma mais eficiente possível, melhorando os sistemas existentes e evitando perdas e ruturas”, afirma. José Pedra Salema sublinha que o regadio, sendo o maior utilizador de água no país, continuará a desempenhar esse papel devido às características do clima mediterrâneo.
Uma das iniciativas centrais do Plano REGA é o grupo de trabalho “Água que Une”, que está a desenvolver uma estratégia nacional para melhorar a resiliência, aumentar a capacidade de armazenamento e maximizar a eficiência na gestão da água. Segundo o presidente da EDIA, a proposta será entregue ao governo brevemente. “A decisão do grupo foi clara: produzir um documento estratégico que será entregue ao Governo (…). Depois disso, começaremos a trabalhar nos planos mais setoriais, tanto no âmbito da água como do regadio”, explicou Pedro Salema.
À plateia, o presidente da EDIA, diz que o ponto de partida do âmbito desta iniciativa foi a revisão das necessidades de regadio. Pedro Salema destaca que os dados anteriormente utilizados estavam desatualizados e não refletiam a realidade atual.
“A DGADR realizou um trabalho meritório ao revisar as tabelas de necessidades para as culturas, que foram publicadas no início deste ano. Não fazia sentido ignorarmos essa informação atualizada da entidade oficial. Cruzamos esses dados com a ocupação real conhecida, usando fontes como o recenseamento agrícola e informações do IFAP, que em muitos casos são mais precisas. Assim, chegamos a números mais alinhados com a realidade atual”, considera.
As prioridades:
Reabilitação de Barragens e Perímetros
Objetivos:
Aumento da eficiência hídrica da distribuição
Redução perdas armazenamento e distribuição
Cumprimento Regulamento Segurança Barragens
Aumento capacidade estruturas existentes
Objetivos:
Aumentar a capacidade de armazenamento de barragens existentes, com baixíssimos impactos ambientais, através do seu alteamento
Corrigir problemas em estruturas que não funcionam ao NPA para permitir a plena capacidade
Oportunidade para adequar ao Regulamento de Segurança de Barragens
Água Residual Tratada e Dessalinização
Objetivos:
Criar novas origens de água para o regadio, com garantia de abastecimento e/ou fomentando o aproveitamento integral dos recursos disponíveis em economia circular
Novas utilizações para barragens existentes
Objetivos:
Criar nova origem sustentável para o regadio, sem impactos ambientais adicionais e com baixos impactos na exploração hidroelétrica;
Equacionar a reversibilidade para permitir o efeito “bateria de água”
Novos Armazenamentos
Objetivos:
Aumento da Resiliência das explorações de sequeiro Possibilidades fins múltiplos
Criação reserva estratégica
→ Leia este e outros artigos completos na reportagem das XV Jornadas da FENAREG na Revista Voz do Campo – edição de janeiro 2025, disponível no formato impresso e digital.
(Re)Veja os destaques das VX Jornadas FENAREG: