Entre os dias 10 e 13 de outubro, o Fundão acolheu a terceira edição da Feira de Inovação Agrícola, um evento marcado pela diversidade de projetos e pela forte presença de tecnologia aplicada ao setor agrícola. No final do último dia, a Voz do Campo conversou com o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, e com o vereador Pedro Neto, que apesar das condições meteorológicas adversas, revelam um sentimento de dever cumprido e uma visão otimista para o futuro.
Para o presidente da Câmara Municipal, Paulo Fernandes, a Feira foi um sucesso, especialmente considerando os desafios impostos pelo clima. “Foi uma Feira que decorreu com condições meteorológicas muito complexas, o que nos obrigou a adaptar rapidamente e com qualidade, garantindo que a essência do evento não se perdesse”, afirma. Segundo o autarca, a Feira não só cumpriu o seu papel imediato, mas também abriu portas para um planeamento futuro, “se há um evento que nos ajuda a pensar o futuro, é este”.
Um dos grandes trunfos da Feira, segundo Paulo Fernandes, é a criação de contactos, de redes de conhecimento, partilha de novas ideias e de projetos que estão prestes a entrar no mercado.
Com cerca de 250 expositores, incluindo empresas, instituições científicas e agricultores, o evento destacou-se pela sua vertente prospetiva. “Este evento não é só para mostrar o que já existe, mas também para apresentar aquilo que está para surgir (…). A Feira tem uma dimensão de reflexão para o futuro para melhorarmos a criação de valor para os nossos agricultores”, reforça o presidente, sublinhando ainda a importância da FIA na resposta aos grandes desafios que o setor enfrenta atualmente, nomeadamente as alterações climáticas e a transformação digital, bem como a dependência de mercados agrícolas instáveis devido às Guerras.
Paulo Fernandes, sublinha o pioneirismo da FIA ao incorporar o subtema blockchain, algo ainda pouco explorado no contexto agrícola em Portugal. “Vimos um vazio na área da inovação agrícola, principalmente numa abordagem focada em profissionais e na transferência de conhecimento”, assume o presidente, destacando os vários protocolos assinados durante o evento – muitos dos quais relacionados à blockchain – que seriam “impensáveis sem a coragem e a inteligência que o município teve em organizar um evento como este”.
Além da transferência de conhecimento, o impacto económico da Feira no concelho do Fundão foi outro ponto de destacado pelo presidente do município. Paulo Fernandes, afirma que os protocolos assinados durante o evento, “abrem caminho para milhões de euros em investimento direto no concelho, com ênfase em estruturas fundamentais para o desenvolvimento local (…). Falamos, por exemplo, de “economias circulares com as questões dos sistemas de biogás, de soluções para a rastreabilidade de produtos agrícolas, além de estratégias para a transformação da paisagem agrosilvopastoril”.
O edil fundanense, refere também a importância da atividade agrícola como chave para a sustentabilidade e criação de valor. Para Paulo Fernandes, a agricultura não se limita só à produção alimentar, mas também abrange áreas como o turismo e os serviços de ecossistema.
“Devemos reconhecer e valorizar esses serviços, pagando um preço justo por eles (…) sem esquecer a importância que ela tem do ponto de vista da redução de riscos, ou seja, numa perspetiva até de proteção de pessoas e bens na questão das alterações climáticas, já que a agricultura é essencial na gestão do território” (…).
→ Leia a reportagem completa na Revista Voz do Campo – edição de novembro 2024, disponível no formato digital e impresso.