O abacateiro é uma árvore de folha persistente, vigorosa, de porte médio a alto, sendo a respetiva altura controlada por podas, pois, caso contrário, pode ultrapassar os 10 m de altura.
O abacateiro apresenta um sistema radicular pivotante (desenvolvimento dominante da raiz primária), por sua vez as árvores adultas apresentam uma distribuição das raízes em todas as direções, alcançando uma profundidade entre 1 a 1,5 m, na ausência no solo de camadas impermeáveis.
O abacateiro é uma árvore que apresenta sensibilidade ao frio, é uma planta suscetível às geadas, se estas forem intensas podem causar danos graves, podendo matar a planta, sendo os estragos quase irreversíveis quando a temperatura do ar atinge os -3ºC ou temperaturas inferiores. Por isso, a planta requer invernos suaves, primaveras amenas com ligeira a alta humidade do ar, ajuda a exposição solar das parcelas preferencialmente a sul, sendo aceitáveis outras exposições com exceção a norte.
Privilegiar a localização da exploração em zonas com pouca probabilidade de geada, mas como este fenómeno meteorológico está praticamente presente na região centro de Portugal, deve-se prever o investimento num sistema anti-geada, ativado enquanto a temperatura do ar for inferior a 1ºC.
Há melhor desenvolvimento com uma temperatura média entre 20-25ºC, sendo que as temperaturas elevadas levam a que as plantas exijam irrigação permanente, acompanhamento por rega, mas mesmo assim se o calor for excessivo, pode causar danos, com maior incidência na floração e no vingamento e posteriormente, ser responsável por uma queda excessiva de frutos. A planta apresenta sensibilidade a ventos fortes, que podem provocar a fratura de ramos e queda das flores. A maioria das variedades comerciais não tolera a salinidade.
O abacateiro prefere solos com um pH ligeiramente ácido a neutro que varia entre 6,2 a 6,5. O abacateiro prefere solos profundos, bem drenados, textura franca (equilibro na sua composição no que diz respeito a areia, limo e argila) e ricos em matéria orgânica. A planta adapta-se a uma elevada gama de solos, no entanto, não tolera problemas de má drenagem e encharcamento. Solos compactos podem conduzir à asfixia das raízes e consequentemente à morte da planta.
Motivar novos produtores
A exigência em água de rega para o Centro, em média, é da ordem dos 4278 metros cúbicos ano e por hectare de plantação, de acordo com os dados oficiais publicados pela Direção Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Ministério da Agricultura (DGADR), a qual, será satisfeita pela precipitação média atual e futura, mesmo com as previsões de diminuição devido às alterações climáticas, nos 29 concelhos onde a KIWICOOP – Cooperativa Frutícola da Bairrada pretende motivar novos produtores para cooperantes até 200 hectares de plantações: Vila Nova de Gaia, Santa Maria da Feira, Espinho, Arouca, S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Ovar, Vale de Cambra, Murtosa, Estarreja, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Ílhavo, Águeda, Vagos, Oliveira do Bairro, Anadia, Mira, Cantanhede, Mealhada, Montemor-o-Velho, Figueira da Foz, Coimbra, Soure, Condeixa-a-Nova, Pombal, Leiria, Marinha Grande e Batalha (…).
→ Leia este e outros artigos completos na Revista Voz do Campo – edição de novembro 2024, disponível no formato digital e impresso.
Autoria: José Martino, CEO Espaço Visual