Entrevista a Pepe Martínez, diretor da unidade de negócio da Seipasa na Europa
A Seipasa consegue em Portugal a ampliação do rótulo do bioinseticida Pirecris.
A empresa mantém o seu compromisso de proporcionar aos produtores portugueses soluções eficazes, rentáveis e inovadoras para um cultivo em contínuo crescimento no território lusitano.
Até que ponto esta praga é uma ameaça para os produtores de frutos vermelhos?
O inseto Drosophila suzukii pode ser incluído dentro do que normalmente conhecemos como mosca da fruta. Dentro da mosca da fruta há algumas espécies que têm um grande impacto económico, e esta seria uma delas pelos danos que provoca. No caso dos frutos vermelhos, estes insetos não tinham um impacto relevante até há algum tempo, algo que mudou com o aparecimento da Drosophila suzukii.
Com efeito, é uma praga relativamente recente e pensa-se que as primeiras infestações surgiram em 2012 o 2013 no sul de Portugal e na região de Huelva. Nesse momento, quando quase não se sabia nada sobre o seu comportamento, chegou a provocar prejuízos de até 100% em cultivos de mirtilos ou framboesas. Posteriormente passou para outros cultivos como a cerejeira, a vinha e algumas árvores de fruto de caroço.
Que danos provoca a Drosophila nos cultivos?
Este tipo de pragas pica a casca da fruta saudável para pôr os seus ovos, que posteriormente evoluem e deterioram totalmente a fruta. Além disso, quando já se picou a fruta, também há um elevado risco de aparecimento de doenças que podem provocar que a fruta se perca.
Quais são os pontos-chave de Pirecris para controlar esta praga?
Pirecris apresenta-se como uma solução biológica de máxima eficácia. É uma potente e eficaz ferramenta para o controlo da Drosophila suzukii nos frutos vermelhos. Penso que não me engano se afirmo que Pirecris é a solução que os produtores de frutos vermelhos estavam à espera para combater esta praga. Além disso, fá-lo num segmento, o dos produtos inseticidas, em que quase não existem ferramentas para o controlo direto e autorizado desta praga.
No lado das soluções de síntese química encontramos algumas utilizações excecionais, embora o leque seja cada vez menor devido ao problema da gestão dos resíduos. No caso da Seipasa, o registo fitossanitário de Pirecris, autorizado em diversos países, contra a Drosophila suzukii nos frutos vermelhos é muito importante, ao estar avalizado pela eficácia, solidez e solvência do próprio produto, que tem um rótulo que abrange muitos cultivos.
Pirecris tem um curto prazo de segurança que, no caso dos frutos vermelhos, se torna numa vantagem diferencial, pois falamos de um cultivo com colheitas que se fazem de forma quase diária.
De que forma se integra Pirecris em estratégias de combate biológico ou em programas de GIP?
Pirecris age com um potente efeito de choque inseticida. Vai-nos proporcionar uma rápida diminuição e controlo das populações quando a praga aparecer. A utilização de soluções de controlo como Pirecris também se deve combinar com o emprego de meios de monitorização, pois a Drosophila suzukii é uma praga com um ciclo de vida muito curto que, em condições propícias, pode ter crescimentos explosivos. De igual modo, é preciso contemplar todo o tipo de práticas de origem do cultivo como o controlo da densidade do mesmo, a gestão dos restos depois da colheita ou a destruição dos frutos que puderem estar infetados.
Que representa esta ampliação do rótulo para a empresa?
Em primeiro lugar, a satisfação e a convicção de cumprir a nossa missão, que não é outra que colocar nas mãos dos agricultores portugueses soluções eficazes, rentáveis e sustentáveis para controlar pragas e doenças de alto impacto. No caso concreto do controlo da Drosophila suzukii nos frutos vermelhos, Pirecris foi testado previamente com os produtores e as associações de produtores mais importantes de Portugal com resultados excelentes. As previsões que manejamos são muito favoráveis pela crescente importância do cultivo de frutos vermelhos em Portugal.
Fale-nos acerca da presença da Seipasa em Portugal…
Portugal e Espanha compartilham muitos elos de ligação do ponto de vista geográfico e cultural. Esta proximidade também se dá no cultivo de frutos vermelhos, com uma enorme implantação tanto na província de Huelva como no sul de Portugal. Há 4 anos a Seipasa iniciou uma relação comercial com a empresa portuguesa Jovagro para a distribuição dos nossos produtos em Portugal. A Jovagro é uma empresa jovem e dinâmica com a qual compartilhamos um projeto, valores e uma inovadora visão da agricultura. Desde o princípio a Jovagro apostou por oferecer ao mercado soluções de origem botânica e microbiológica como alternativa aos produtos de síntese química tradicionais. Colaboramos de forma muito ativa compartilhando conhecimento e fornecendo soluções rentáveis e com elevado valor acrescentado à agricultura portuguesa.
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