Nos últimos anos a cultura da pitaia ou fruta dragão (Selenicereus spp.) tem vindo a expandir-se, sobretudo na Europa e na Ásia.

A aparência exótica do fruto, associada ao seu elevado valor nutricional e aos inúmeros benefícios para a saúde são fatores que cativam os consumidores. Esta espécie, pertencente à família das cactáceas, tem as vantagens de se adaptar facilmente a vários modos de cultivo e de apresentar exigências hídricas inferiores às de outras culturas frutícolas. Por atingir uma boa produtividade e a longevidade da planta poder chegar aos 15 a 20 anos, a pitaia é uma boa opção para rentabilizar pequenas áreas com potencial agrícola, com solos parcos em nutrientes e menos aconselháveis para culturas frutícolas mais exigentes.

Os preços elevados que os frutos atingem no mercado constituem mais um fator de atração para os agricultores.

Até agora, a cultura da pitaia tem sido pouco explorada no nosso país, pelo que os registos atuais de pragas e doenças são escassos. Nos últimos anos a área de produção tem aumentado, principalmente no sul do país, pelo que é necessário dar mais atenção aos aspetos fitossanitários da cultura.

Quer em Portugal quer noutros países da Europa, onde o cultivo da pitaia é relativamente recente, a implementação de um pomar envolve frequentemente a importação de material vegetal dos países de origem da cultura (América Central e do Sul) e também de outras regiões onde o seu cultivo comercial já está estabelecido há mais tempo (Vietname, por exemplo). Este processo acarreta alguns riscos do ponto de vista de sanidade vegetal, pois as pragas e as doenças podem ser importadas com o material vegetal. Esta é uma problemática da maior relevância associada ao cultivo da pitaia em Portugal pelo facto de a propagação ser feita por estacaria, com a comercialização de podas a ocorrer muitas vezes entre agricultores e não por recurso a viveiristas (…).

→ Leia o artigo completo publicado na Revista Voz do Campo – edição de dezembro de 2022.

Ana Rita Trindade1, Amílcar Duarte1, Natália Marques2
1 MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, 8005-139 Faro.
2 CEOT – Centro de Eletrónica, Optoeletrónica e Telecomunicações, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
Ana Rita Trindade (artrindade@ualg.pt), Amílcar Duarte (aduarte@ualg.pt), Natália Marques (nmarques@ualg.pt)