A Comissão Europeia (CE) está a trabalhar em advertências de saúde no vinho, semelhante às presentes nos maços de tabaco, destacando os riscos para o seu consumo excessivo, tal como está previsto na decisão da Irlanda de incluir em todas as garrafas de bebidas alcoólicas (vinho, cerveja e bebidas destiladas) rotulagem que alerte que o seu consumo é “nocivo para a saúde”.
Tal como em fevereiro de 2022, a FENADEGAS – Federação Nacional das Adegas Cooperativas, rejeita essa posição e reafirma o seu total empenho com o objetivo geral de combater a “redução do consumo nocivo de vinho” e não a redução do consumo de vinho em si.
O caminho é o combate ao consumo excessivo/nocivo, a ser conseguido através da educação e conscientização e não o combate do consumo.
Fenadegas defende um reforço de iniciativas como o Wine in Moderation – programa de responsabilidade social lançado em 2008 pelo setor vitivinícola europeu, bem como um reforço, a nível europeu e nacional, de uma política consistente de informação e formação aos cidadãos e consumidores, garantindo que desde cedo e ao longo da sua vida saibam optar por uma dieta saudável e sustentável, como a dieta mediterrânica.
A viticultura desempenha um papel vital na manutenção do emprego e na garantia da sustentabilidade económica, social e ambiental das áreas rurais onde as alternativas são limitadas e é um relevante e reconhecido património cultural e paisagístico dos países produtores.
Também o Governo português contestou o regulamento da Irlanda sobre a rotulagem de bebidas alcoólicas, defendendo que “não estão em conformidade” com o regulamento europeu, que define regras harmonizadas de rotulagem de produtos alimentares.
“Portugal foi um dos Estados-membros da União Europeia que contestou a proposta de regulamento irlandês, por considerar que o projeto prevê a introdução de restrições à colocação, no mercado irlandês, de bebidas alcoólicas provenientes de outros Estados-membros, através da imposição de novos requisitos de rótulos destes produtos.”
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