O Governo veio mais uma vez prometer milhões que nunca chegam aos agricultores. Contrariamente ao anunciado, o PEPAC tem mais exigências, mais burocrático, penaliza os pequenos e médios agricultores e o PRR não serve a nossa agricultura.
Esta visita realizou-se numa conjuntura particularmente difícil para os agricultores que sofrem grandes quebras nos seus rendimentos em resultado do aumento brutal dos fatores de produção (alimentos compostos para animais +31,6%, energia +34,5% e adubos e corretivos de solo +38,6%), e não conseguem escoar a produção a preços justos e capazes de compensar estes aumentos.
A situação é tanto mais grave na medida em que o rendimento dos agricultores já antes era cerca de metade do rendimento dos demais cidadãos e as medidas de apoio decretadas deixam de fora milhares de pequenos e médios produtores.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que apontam para uma descida de 11,8% no rendimento da atividade agrícola em 2022, impulsionada pelo decréscimo do Valor Acrescentado Bruto (-10,7%) e pelo aumento dos preços dos fatores de produção (+26,6%).
Apesar dos sucessivos anúncios de milhões, a verdade é que as medidas concretas de apoio do Governo ao sector agroflorestal são muito exíguas.
O Governo nada diz e continua a não dar resposta aos agricultores vítimas dos prejuízos provocados pelos animais selvagens – javalis e cervídeos.
Os investimentos necessários na concretização do regadio a sul da Gardunha e na otimização dos regadios da Cova da Beira e Idanha-a-Nova continuam adiados.
As portagens nas ex-scuts marginaliza a nossa região e agravam a débil situação financeira do setor produtivo.
Apesar dos anúncios os apoios não chegam às vítimas dos incêndios florestais do último verão.
A campanha 2023 do Pedido Único que deveria começar a 1 de fevereiro vai ser adiada um mês dificultando assim a vida aos agricultores e suas Organizações.
O Governo mantém a intenção de avançar para mais um desmantelamento dos serviços do Ministério da Agricultura, com a integração das Direções Regionais de Agricultura e Pescas nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional que no nosso entendimento vai prejudicar muito o sector.
A Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco vai continuar a intervir para uma política agrícola justa e reclamar que o Governo tome medidas urgentes para que os apoios públicos cheguem efetivamente aos agricultores da nossa região.
A Direção da ADACB