A actinídea, planta que produz o kiwi, cumpre este ano o cinquentenário de presença em Portugal com a primeira plantação a remontar a 1973 pela mão do Dr. Ponciano Serrano, em Vila Nova de Gaia.

Esta cultura da actinídea passou por um período pioneiro nas décadas de 70 e 80 do século passado, a fase de euforia denominada de “árvore das patacas”. Plantou-se por quase todo o país, em muitos casos em solos e climas não adequados à cultura (solos encharcados, geadas primaveris em abril e outonais em outubro ou início de novembro, com falta de água para rega durante o verão, etc.). Fraco conhecimento técnico, mercados incipientes e inexperientes quanto à comercialização do kiwi e ao seu consumo, um produto “quase de luxo” pelo seu elevado preço.

Em 1992 houve uma crise de mercado com os preços ao kiwicultor a descerem dos 400-500 escudos por quilo (hoje 2-2,5 eur./kg) para preços médios de 60 escudos por quilo (0,30 eur./kg).

sta crise fez uma séria separação entre os produtores que tinham e não tinham condições edafoclimáticas para a cultura ou, entre kiwicultores mais disciplinados, rigorosos e resilientes em contraponto com aqueles que não tinham essas qualidades empresariais ou eram simplesmente “especuladores” que queriam ganhar muito dinheiro com pouco esforço, levando ao rápido desaparecimento de um elevado número de produtores (…).

Autor:
José Martino
CEO Espaço Visual | CEO Ruris Desenvolvimento

→ Grande reportagem sobre o Kiwi na edição de fevereiro 2023.