Os principais associados da Associação Nacional de Produtores de Cereais – ANPOC – são as Organizações de Produtores (OP), independentemente da sua forma jurídica, ainda que conte também com alguns associados individuais.
Atualmente reúne 12 Organizações de Produtores (Alentejo e Ribatejo) e 8 associados individuais, o que torna difícil quantificar um número concreto, embora estimem cerca de 160 produtores ligados à marca Cereais do Alentejo.
Com a perceção de que se há um aumento do interesse dos agricultores, para Astride Sousa Monteiro, responsável pela marca Cereais do Alentejo, na ANPOC o mais importante é a evolução a nível da qualidade registada no aumento do número de produtores que concorrem para os lotes geridos através da ANPOC. “Hoje, conseguimos reunir lotes cada vez maiores, mais uniformes e de maior qualidade, fruto da Lista de Variedades Recomendadas – LVR e do esforço das OP na implementação de referenciais de qualidade”.
Embora a marca Cereais do Alentejo tenha sido lançada em 2019, a parceria com o Clube de Produtores Continente já existia desde 2017, com a assinatura de um pequeno contrato de 400t/ano. Pode dizer-se que esta parceria, e muito particularmente a ligação com Ondina Afonso, presidente do CPC, foi o motor de arranque deste grande projeto, recorda Astride Monteiro. Na base da sua criação estiveram a qualidade, a origem do cereal – naturalmente -, e a ligação à indústria moageira. A Sonae MC queria apostar na qualidade nacional e a produção de cereais reunia estes fatores: produção nacional de qualidade reconhecida e uma forte ligação à indústria de moagem, reforçada pelo Clube Português dos Cereais de Qualidade. Hoje, o contrato com a Sonae MC já inclui centeio, para além do trigo, e abrange 4650t de cereal por campanha. Para além deste contrato, há outros que abrangem também o trigo mole para panificação, o trigo duro para massas e a cevada dística para a indústria cervejeira, num total que rondará as 9000t por campanha.
A espécie que mais se destaca é o trigo mole, seguida da cevada dística.
O estabelecimento da parceria com o Clube baseou-se, em primeiro lugar, na confiança e na transparência e para além do CPCNT e da ANPOC o projeto envolveu também a investigação (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária I.P. e Instituto Politécnico de Beja) e a indústria, mais concretamente a Germen – Moagem de Cereais. Dentro deste contexto, os requisitos iniciais resumiram-se a aspetos relacionados com o grão e a farinha de modo a garantir um produto final de qualidade.
Hoje, os requisitos já são mais abrangentes, e incluem aspetos impostos pelo próprio regulamento da marca Cereais do Alentejo (como sendo a obrigatoriedade de utilização, por parte dos agricultores, de variedades constantes nas Listas de Variedades Recomendadas, ou outras autorizadas pela ANPOC); e aspetos impostos pelo CPC como é o caso da implementação de referenciais de qualidade, por parte das associadas da ANPOC (…).
→ Leia a reportagem completa sobre o Clube de Produtores Continente na edição de fevereiro 2023 da Revista Voz do Campo.