A Estação Melhoramento de Plantas (EMP), em Elvas, integrada no Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) tem como responsabilidade levar a cabo Programas de Melhoramento Genético de espécies agrícolas tais como cereais, leguminosas para grão, forragens e pastagens, desde 1942.
Campos Experimentais do INIAV – Polo de Elvas (Foto de Artūrs Katamadze)A principal missão é fazer melhoramento e inscrever novas variedades das diferentes espécies, adaptadas às condições edafoclimáticas da região sul de Portugal, bem como, de acordo com as exigências da indústria/empresas. Paralelamente, existe uma forte e longa colaboração com o setor produtivo (agricultores, técnicos e respetivas associações) e com a indústria, de forma a poder implementar e assegurar a transferência de conhecimento e tecnologia aos utilizadores finais, através de experimentação “on farm research”. Desta Unidade de Investigação faz parte uma equipa dedicada aos cereais* e que em Entrevista nos detalha o trabalho ali desenvolvido.
Quais os programas de melhoramento de plantas que estão a decorrer neste momento?
Cereais: Melhoramento de trigo mole, trigo duro, cevada, aveia, triticale e arroz.
Leguminosas grão: grão de bico, fava miúda, ervilha forrageira, entre outras espécies.
Pastagens e Forragens: espécies leguminosas anuais de ressementeira natural, espécies leguminosas anuais e gramíneas perenes com dormência estival para pastagens.
Que variedades vegetais foram obtidas pelo INIAV até agora?
Atualmente, o CNV (Catálogo Nacional de Variedades), inclui 71 variedades das espécies mencionadas acima e 65 variedades tradicionais de oliveira.
Relativamente aos cereais, nos últimos 5 anos inscreveram-se, 2 variedades de trigo mole (Paiva e Reno), 4 de trigo duro (Fado, Vadio, Bridão e Gingão), 2 de triticale (Gavião e Monsaraz) e 4 de arroz (Maçarico, Diana, Ceres e Caravela).
Dentro dos vários cereais, qual a espécie mais representativa?
Dependendo do tipo de sistema cultural assim existem espécies melhor adaptadas.
Portugal Continental dispõe de uma SAU (Superfície Agrícola Útil) de aproximadamente 3 963 945 ha, sendo que, 1 036 682 são de terra arável, 860 663 com culturas permanentes e 2 050 448 de pastagens permanentes (INE, 2019). Apenas cerca de 3% dessa terra arável é regada com cereais praganosos, 12,5% com milho e 12,6% com arroz (DGADR, 2017). A restante área é considerada de sequeiro, sendo praticamente impossível regar (…).
- Leia a entrevista completa na edição de março 2023 da Revista Voz do Campo.
* A equipa:
Benvindo Maçãs, José Coutinho, Rita Costa, Nuno Pinheiro, Conceição Gomes, Armindo Costa, Ana Bagulho, José Moreira