Introdução:

A cultura do tomate (Lycopersicum esculentum L.) ocupa o segundo lugar como a cultura vegetal com maior importância mundial (FAO, 2022a), sendo uma das mais consumidas (Sainju et al., 2003). A produção de tomate em Portugal atingiu em 2021 as 1 741 320 toneladas, superando a produção obtida no ano anterior (FAO, 2022b). Verificou-se também um aumento da área cultivada bem como da produtividade comparativamente ao ano 2020 (FAO, 2022b).Atualmente a agricultura enfrenta vários desafios relacionados não só com os métodos de produção, como também ao nível da qualidade e segurança dos produtos alimentares (Perpar & Udovc, 2019). Como tal, apesar da maioria da produção ser em modo convencional, o consumo de alimentos biológicos tem vindo a aumentar a nível mundial, observando-se um crescimento no mercado de produtos de origem biológica (Rizzo et al., 2020). Este crescimento deve-se ao facto dos consumidores estarem dispostos a pagar mais por produtos produzidos em modo biológico considerando os benefícios ambientais e a sua associação à sustentabilidade (Maples et al., 2018).

O défice de elementos minerais essenciais como o Ferro (Fe) e o Zinco (Zn) na alimentação humana, é bastante comum e pode levar a diferentes patologias, nomeadamente anemia (carência de Fe) (Abbaspour et al., 2014) ou até problemas associados ao sistema imunitário, gastrointestinal, nervoso central e reprodutivo (défice de Zn) (Roohani et al., 2013).

Neste enquadramento, e em contexto de inovação, considerando o importante papel que a cultura do tomate apresenta a nível nacional e internacional, a biofortificação agronómica surge como uma abordagem sustentável com o intuito de aumentar o teor de Fe e Zn em diferentes cultivares de tomate produzidas em modo biológico (…).

→ Leia o artigo completo na edição de abril 2023 da Revista Voz do Campo.

Referências →

Abbaspour, N.; Hurrell, R.; Kelishadi, R. Review on iron and its importance for human health. J. Res. Med. Sci. 2014, 19, 164.

FAO – Food and Agriculture Organization (2022a). Land & Water – Crop Information – Tomato – https:// www.fao.org/land-water/databases-and-software/crop-information/tomato/en/ (acedido a 27 de Fevereiro de 2023)

FAO – Food and Agriculture Organization (2022b). FAOSTAT – https://www.fao.org/faostat/en/#data/QCL (acedido a 27 de Fevereiro de 2023)

Maples, M.; Interis, M.G.; Morgan, K.L.; Harri, A. Southeastern consumers’ willingness to pay for environmental production attributes of fresh tomatoes. J. Agric. Appl. Econ. 2018, 50, 27–47

Perpar, A.; Udovc, A. Organic farming: A good production decision for slovenian small size farms and farms in the areas with restrictions/limitations or natural obstacles for agriculture. In Multifunctionality and Impacts of Organic and Conventional Agriculture; Moudrý, J., Mendes, K.F., Bernas, J., Teixeira, R.S., Sousa, R.N., Eds.; IntechOpen: London, UK, 2019.

Rizzo, G.; Borrello, M.; Dara Guccione, G.; Schifani, G.; Cembalo, L. Organic food consumption: The relevance of the health attribute. Sustainability 2020, 12, 595.

Roohani, N.; Hurrell, R.; Kelishadi, R.; Schulin, R. Zinc and its importance for human health: An integrative review. J. Res. Med. Sci. 2013, 18, 144–157.

Sainju, U.M.; Dris, R.; Singh, B. Mineral nutrition of tomato. Food Agric. Environ. 2003, 1, 176–183

Autores →

Ana Rita F. Coelho1,2, Cláudia Campos Pessoa1,2, Diana Daccak1,2, Inês Carmo Luís1,2, Ana Coelho Marques1,2, José C. Ramalho2,3, Paula Scotti Campos2,4, Isabel P. Pais2,4, José N. Semedo2,4, Nuno Alvarenga2,4, Elsa M. Gonçalves2,4, Mariana Regato5, José Regato5, João Dias2,5, Nuno Beja5, Idália Guerreiro5, Maria Manuela Silva1,2, José Carlos Kullberg1,2, Maria Graça Brito1,2, Paulo Legoinha1,2, Maria Fernanda Pessoa1,2, Fernando H. Reboredo1,2, Manuela Simões1,2, e Fernando C. Lidon1,2

1 Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), Universidade Nova de Lisboa (UNL), Campus da Caparica, 2829-516 Caparica, Portugal

2 Centro de Investigação de Geobiociências, Geoengenharias e Geotecnologias (GeoBioTec), Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), Universidade Nova de Lisboa (UNL), Campus da Caparica, 2829-516 Caparica, Portugal

3 PlantStress & Biodiversity Lab, Centro de Estudos Florestais (CEF), Instituto Superior Agronomia (ISA), Universidade de Lisboa (ULisboa), Avenida da República, Quinta do Marquês, 2784-505 Oeiras e Tapada da Ajuda 1349-017 Lisboa, Portugal

4 INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P., Avenida da República, Quinta do Marquês, 2780-157 Oeiras, Portugal 5 Escola Superior Agrária de Beja, Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), 7800-000 Beja, Portugal