“Como transferir conhecimento” foi o mote dado pela Timac Agro para juntar universidades, associações e empresas numa conferência na sede do Grupo Impresa, em Paço de Arcos, que contou com cerca de uma centena de participantes no passado dia 21 de junho.

Durante cerca de três horas, o conhecimento e a agricultura foram as duas tónicas dos debates divididos em dois painéis moderados pelo jornalista João Moleira.

Assunção Cristas, ex-Ministra da Agricultura e keynote speaker da conferência, abriu a sessão destacando a importância de uma maior ligação entre a terra e o mar para acelerar a transferência de conhecimento e a aplicabilidade de técnicas evolutivas: “Portugal deve olhar de forma pioneira para o mar e pensar que é um terreno fértil que pode e deve ser trabalhado, não só para extrair produção, mas para criar e desenvolver recursos que ajudem a solucionar o problema da terra”, referiu.

Passando depois para o primeiro painel, dedicado ao tema “Desafios à Transferência de Conhecimento”, ao qual se juntou Emídio Santos Gomes, Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Margarida Oliveira, Directora da Escola Superior Agrária de Santarém  e João Vieira Pereira, Director do semanário Expresso, o debate decorreu em torno da produção de conhecimento em contexto académico e a consequente necessidade de garantir que o mesmo é transmitido a quem está no terreno, assim como a urgente captação de jovens para a agricultura.

António Guerreiro de Brito, Presidente do Instituto Superior de Agronomia (ISA), Francisco Gomes da Silva, Director-Geral da Agrogés, Álvaro Mendonça e Moura, Presidente da CAP, e Jéssica da Costa, Directora de Desenvolvimento de Produtos da Timac Agro Internacional foram os oradores do segundo painel, dedicado ao tema “Transferência de conhecimento em agricultura”.

Para o Presidente do ISA, “Há necessidade de uma transferência de conhecimento não tecnológico e de inovação social para assegurar a passagem de informação, cabendo às universidades o papel de estimular os estudantes para que pensem de forma criativa. Este é um esforço grande que tem de ser feito.”, referiu.

Por sua vez, Francisco Gomes da Silva considera que “a diversidade geográfica do país é um obstáculo maior mas, na agricultura, os desafios são transversais, o que não justifica o desfoque dos desafios do conhecimento que ainda subsiste”, enquanto o Presidente da CAP refere que “na agricultura não basta falar de conhecimento científico, pois é preciso o conhecimento da Política Agrícola Comum (PAC) que se altera a todos os sete anos, e cujas regras mudam também na avaliação a três anos e meio. Estas alterações são difíceis de acompanhar por quem tem que estar no terreno e os atrasos nas regras para o próximo ano dificultam o planeamento e a gestão agrícola”.

A conferência promovida pela Timac Agro permitiu concluir que agilizar uma colaboração entre o sistema científico e o sector empresarial é ainda uma dificuldade em Portugal, que faz com que as empresas de menor dimensão têm mais dificuldade em aceder à investigação produzida nas universidades e nos centros de conhecimento.

Na abertura do evento, Rui Rosa, Presidente da Vitas Portugal, foi peremptório em afirmar que “o conhecimento só faz sentido se trabalharmos em rede”, consagrando essa missão ao anunciar os Prémios Timac Agro/Expresso que, anualmente, serão entregues a uma instituição de ensino superior ou de investigação, pública ou privada, pelo melhor projecto de investigação com aplicação prática na agricultura e a um agricultor ou empresa do sector pelo melhor desempenho entre os seus pares.

Assista à conferência aqui:

 

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