AGRICULTORES PORTUGUESES LAMENTAM QUE “MANUAL DO PEREGRINO” CONTENHA RECOMENDAÇÕES EFETUADAS PELAS EMPRESAS “NOVO VERDE” E “ERP PORTUGAL” PARA QUE OS JOVENS SE ABSTENHAM DO CONSUMO ALIMENTAR DE CARNE DURANTE UM ANO COMO FORMA DE COMPENSAREM AS EMISSÕES DE CARBONO DECORRENTES DA SUA VINDA A PORTUGAL

CAP insta entidades responsáveis pela recolha e reciclagem de embalagens e outros resíduos que desenvolveram “calculadora de medição de pegada carbónica” para a JMJ a limitarem-se a fazer bem o trabalho que lhes compete no combate à poluição e à redução de emissões, ao invés de efetuarem recomendações alimentares absurdas, sem fundamentação científica e alheias à sua área de atividade, que podem originar consequências graves para a saúde e desenvolvimento físico e cognitivo dos jovens.

Foi com enorme surpresa que a CAP tomou conhecimento da existência de um “Manual do Peregrino”, produzido para os participantes da Jornada Mundial da Juventude, que sugere – com base numa “calculadora de medição de pegada carbónica” desenvolvida por entidades totalmente alheias à área alimentar – que os jovens se tornem vegetarianos durante um ano como forma de compensarem as emissões de carbono resultantes da sua deslocação em avião ao nosso país.

A CAP teme que esta recomendação – feita sem qualquer cuidado ou contexto por estas duas entidades, e disponibilizada no “Manuel do Peregrino” – que é contrária ao direito universal básico a uma alimentação nutritiva e equilibrada, possa induzir os jovens a adotarem um comportamento alimentar extremo e radical com consequências que podem ser graves para a sua saúde e desenvolvimento físico e cognitivo, sobretudo naqueles que ainda não atingiram a idade adulta.

A CAP apela, assim, novamente, à Organização da JMJ, desta vez publicamente, para que tome a única atitude responsável e elimine esta sugestão absurda e radical, na documentação que disponibiliza aos peregrinos.

Solicita-se que as entidades que efetuaram a sugestão a eliminem por completo, ou que a substituam por exemplos que conhecem, da sua própria área de atividade, essa sim que enfrenta verdadeiros problemas ambientais, em vez de proporem o fim do consumo alimentar de carne durante um ano, conselho contrário à evidência científica e à promoção da saúde pública.

Manter a sugestão de que a adoção do vegetarianismo por um ano compensará emissões produzidas numa viagem de ida e volta de avião, e que isso vai melhorar o ambiente seria de uma enorme irresponsabilidade e representaria uma subordinação incompreensível a uma agenda animalista.