O que é realmente uma cevada híbrida?

A Syngenta tem vindo a impulsionar há vários anos a hibridação da cevada, uma cultura chave na Península Ibérica, através de uma gama de variedades denominadas Hyvido™. Mas o que é realmente uma cevada híbrida?

A resposta é a mesma que daríamos para explicar o que é um milho híbrido ou um girassol híbrido, etc. Ou seja, uma cevada híbrida é uma variedade que se obtém do cruzamento de duas linhas puras, uma mãe e um pai, para falar claro. O objetivo destes cruzamentos é melhorar um ou vários dos caracteres dos progenitores: produção, qualidade, sanidade…

Isso é um híbrido, ou seja, uma cevada Hyvido™.

E a sua principal diferença para as cevadas convencionais é o resultado desse cruzamento, o vigor híbrido.

Quando surgiram as primeiras cevadas Hyvido™?

E qual tem sido o seu desenvolvimento?

O programa de melhoramento Hyvido™ teve início em 1990 com o desenvolvimento das primeiras linhas parentais na Universidade do Arizona, nos EUA. Porém, a primeira cevada híbrida, denominada SY Colossos, foi registada apenas em 2002, em Inglaterra. Em 2008 foi registada a SY Zoo, na Alemanha, e em 2014 chega à Península Ibérica a nossa variedade mais veterana: SY Jallon.

Desde então, e campanha após campanha, Hyvido™ foi-se adaptando às condições específicas do nosso território. Não são comparáveis as potencialidades agronómicas da Península Ibérica com as dos países acima mencionados, Inglaterra e Alemanha. Atualmente, por exemplo, deixámos de recomendar 220 sementes/m² e passámos a recomendar 100 em determinadas condições de extrema dureza; ou começámos a trabalhar no segmento da forragem, aproveitando as excecionais qualidades das nossas variedades como alimento para o gado.

E porque não há mais variedades de cevada híbrida no mercado se basta cruzar os progenitores?

Porque na realidade fazer esse cruzamento bem feito não é assim tão fácil e menos ainda num cereal como a cevada cujos órgãos reprodutores, masculino e feminino, estão juntos. Há mais cevadas híbridas, claro, mas não como Hyvido™. A técnica que diferencia as nossas cevadas de outras está na forma como cruzamos os progenitores. A Syngenta desenvolveu um sistema de hibridação denominado Sistema-CMS (Esterilidade Citoplasmática Masculina), através do qual obtemos linhas femininas geneticamente estéreis na sua parte masculina, o que facilita a realização de cruzamentos limpos, dirigidos e mais estáveis. As restantes cevadas híbridas, e a grande maioria dos cereais hibridados, obtêm-se através de técnicas mais simples, mas mais instáveis e agressivas, nomeadamente, a esterilidade química, a edição genética ou, inclusivamente, a castração manual.

Que benefícios têm as cevadas Hyvido™ para o agricultor?

As virtudes das cevadas Hyvido™ são amplamente conhecidas, tal como os seus pontos fracos. O segredo está em saber o que temos em mãos e como podemos tirar o melhor partido.

Em resumo, Hyvido™ destaca-se pelos seguintes pontos fortes conferidos pelo seu vigor híbrido:

• Maior capacidade de enraizamento, mais ainda tendo em conta que a semente vem tratada com Vibrance® Gold, que além de incorporar três fungicidas, contribui para um potente efeito enraizante. Isto é fundamental para os pontos seguintes.

• Maior eficiência no uso dos recursos. Num ano tão complicado como este vimos que Hyvido™ é capaz de aproveitar até à última possibilidade o que as condições climáticas lhe oferecem. Mas obviamente tudo tem um limite.

• Maior eficiência no uso do azoto, também relacionado com a maior capacidade de enraizamento.

• E, claro, tal como todos os híbridos, uma maior adaptabilidade ao stress, tanto abiótico (ambiental) como biótico (pragas e doenças), com uma maior tolerância a doenças.

Hyvido™ é uma nova ferramenta para o agricultor e produtor pecuário com a qual pode gerir a sua exploração, procurando novos tetos de rentabilidade graças a um enorme potencial produtivo e um excelente pack de tolerâncias e adaptabilidades.

E no caso concreto do produtor de leite, que vantagens oferecem?

Na adaptabilidade que mencionámos está incluído o conceito de dupla aptidão. Ou seja, quase todas as variedades Hyvido™ estão desenhadas para dar o melhor tanto em grão como em silagem.

São variedades de ciclo longo com enorme volume de massa foliar, o que exige sementeiras precoces, fertilizações moderadas e determinas condições ambientais. Isto em certas zonas é uma limitação, se falamos de produção para grão, mas no caso da produção para forragem as limitações são muito menores. Além disso, é uma cultura híbrida com um stay green excecional, o que facilita a gestão do corte da forragem, o produtor pecuário tem desta forma uma janela mais ampla e flexível para picar e ensilar do que com outros cereais, sem abdicar de rendimento nem de qualidade.

Comparada com outros cereais forrageiros que diferenças tem?

Por exemplo, se a comparamos com um azevém há que ter em conta muitos fatores, o primeiro será considerar o que procura o produtor pecuário. Com um único corte Hyvido™ produz muito mais matéria seca do que um azevém, mas a qualidade, obviamente, não é comparável. Também é sabido que cortes precoces de Hyvido™ mantêm um nível muito elevado de qualidade.

Comparadas com outros cereais, as variedades de cevada Hyvido™ destacam-se pela sua capacidade de produção de matéria seca, tanto com um corte como com dois cortes. Sim, eu disse dois. Hyvido™ oferece a possibilidade de realizar um primeiro corte em folha bandeira, ou antes, esperar pelo rebrote e realizar um segundo corte, ou caso não necessitemos de mais alimento, deixar o rebrote para produção de grão. Aconselhamos os agricultores a solicitar apoio a um técnico Syngenta, pois precisamos de certas condições, como a disponibilidade de água, para assegurar um rebrote adequado. No caso de um corte em folha bandeira Hyvido™ demonstrou que a qualidade desta forragem difere muito do que até agora se pensava que era uma cevada, com teor proteico muito elevado e melhor digestibilidade do que outros cereais habitualmente utilizados em silagem. E graças ao seu elevado stay green será capaz de manter uma alta qualidade até cortes na fase de grão leitoso, onde logicamente a produção de matéria seca será uma surpresa.