Em Portugal, o sector do olival e do azeite vive uma grande preocupação motivada pela quebra de produção das duas últimas campanhas (2022 e 2023).

Esta quebra de produção é originada por inúmeros factores, mas está sobretudo relacionada com questões ligadas às alterações climáticas.

Se em grande parte do Alentejo, a grave situação de seca, tem sido mitigada, sobretudo através da disponibilidade de água para regadio, em Trás-os-Montes e Alto Douro e na restante área de olival de sequeiro do País a situação é bastante preocupante.

Nos últimos dois anos os preços dos fatores de produção, sobretudo combustíveis, fertilizantes e produtos fitofarmacêuticos, sofreram um aumento significativo, o que motivou que o custo de produção do azeite, esteja hoje, substancialmente superior a 2021.

Estamos a menos de um mês do início da colheita da azeitona e as perspetivas relativamente à quantidade de azeitona, são baixas, esperando-se uma produção praticamente igual à do ano passado. Felizmente nem tudo são más notícias, pelo que, a par dos últimos anos, se prevê a obtenção de azeites de excelente qualidade.

A realidade de Trás-os-Montes é idêntica à grande área de olival nacional, o olival tradicional, na sua maioria de sequeiro, onde predominam as cultivares nacionais e que são a base da identidade do azeite português, que é explorado por um grande número de olivicultores, e que necessita urgentemente de ser apoiado para “sobreviver”. Este tipo de olival está associado a custos de produção muito elevados e com produções menores (sequeiro), com difícil ou inexistente mecanização (p.e. no olival do Douro), o que resulta em azeites de qualidade produzidos a um preço mais elevado, mas com características bem marcadas, resultantes da identidade própria do terroir de cada região, das condições agroclimáticas e também das cultivares tradicionais portuguesas que lhes dão origem. Em muitos destes olivais pratica-se um tipo de agricultura moderno, com elevado nível tecnológico e com modos de produção sustentáveis nas suas diferentes vertentes (…).

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo, edição de outubro 2023.