A agricultura em Portugal, e a produção animal em particular, é atualmente confrontada com vários desafios, que vão desde a imperativa consolidação da sua sustentabilidade até à necessidade de desmistificar conceitos entre os consumidores. Assim, a CONSULAI organizou, em conjunto com a APORMOR, o evento “Produção Animal: Inovação e Comunicação no setor em Portugal”, no passado dia 10 de janeiro.

Este evento pretendeu explorar a aplicabilidade de abordagens inovadoras no contexto europeu, bem como apresentar uma iniciativa de comunicação alargada, destinada a esclarecer e fortalecer a ligação entre os diferentes agentes do setor.

O projeto Grazing4AgroEcology, financiando pela UE, no programa Horizonte Europa, inclui 18 parceiros de oito estados-membros da UE para representar diferentes condições pedoclimáticas na Europa e uma vasta gama de práticas de pastoreio. O grande objetivo é inverter o declínio do pastoreio na Europa. A rede temática do projeto baseia-se numa abordagem multi-ator tendo no centro agricultores e grupos de agricultores representativos que trabalham em conjunto com investigação aplicada, aconselhamento/consultoria e indústria. A CONSULAI participa no evento promovendo a criação de uma lista das necessidades e expectativas dos agricultores nacionais, que será utilizada para orientar a aprendizagem e a troca de conhecimento. Outro objetivo é o reforço do pastoreio nacional e dos AKIS. Mais informações em: https://grazing4agroecology.eu

Neste evento, e após apresentação dos pilares e subpilares da agroecologia, por Carolina Ramos, em representação da CONSULAI, os participantes foram convidados a partilhar as maiores dificuldades e inovações necessárias ao nível do pastoreio nacional. Após priorização da lista, destacaram-se como principais desafios: 1) equilíbrio entre a sustentabilidade económica e ambiental; 2) qualidade do solo e das pastagens; 3) não valorização do mercado a sistemas de produção extensivos; 4) dificuldade de comunicar de forma eficaz; 5) falta de conhecimento por parte dos consumidores; 6) imprevisibilidade climática; 7) apoios desajustados ao montado e a sua diminuição. As principais inovações identificadas foram: 1) maior valorização do pastoreio extensivo; 2) administração pública ouvir o setor e ajuste nos apoios (ex. criação dum programa operacional para o setor da carne); 3) novos técnicas de apoio à gestão; 4) maior disponibilidade e acessibilidade a dados climáticos e cartas de solos; 5) construção de um método para cálculo da capacidade forrageira; 6) procura de novos mercados; 7) informar com rigor e educar os consumidores (melhor comunicação do setor) (…).

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo: edição de fevereiro 2024

Carolina Ramos, Dina Lopes, Francisca Viveiros, CONSULAI