Nos últimos dias, temos testemunhado uma onda significativa de manifestações protagonizadas pelos agricultores em Portugal e em diversos países europeus. Estas demonstrações não são apenas um grito por direitos e condições, mas também um lembrete poderoso da importância vital do setor agrícola quer para o bem-estar humano, quer para o normal funcionamento das sociedades.

Paulo Gomes – DIRETOR

É imperativo reconhecer que a agricultura é o alicerce sobre o qual a nossa civilização foi construída. Desde tempos imemoriais, os agricultores têm desbravado a terra, cultivado alimentos essenciais para a sobrevivência da humanidade. No entanto, muitas vezes, as suas vozes são ignoradas e até abafadas pelas pressões económicas e políticas, relegando-os à margem da sociedade.

As recentes manifestações dos agricultores ecoam uma mensagem clara e inequívoca: o setor agrícola não pode ser mais negligenciado ou subestimado e tem que ser definitivamente uma aposta estratégica dos nossos governantes. Os desafios que enfrentamos, desde as mudanças climáticas até as flutuações nos preços dos produtos agrícolas, afetam não apenas os agricultores, mas também as suas famílias e a vida do ser humano em geral, estando por conseguinte em causa o abastecimento alimentar à escala global.

Além disso, estas manifestações ressaltam a necessidade urgente de valorizar o trabalho árduo e nobre dos agricultores, para além da garantia de um tratamento justo e equitativo. Devemos lembrar que cada alimento colocado na nossa mesa é o resultado do suor e do esforço de trabalhadores dignos, muitas das vezes menosprezados pela sociedade. É pois nosso dever reconhecer e recompensar adequadamente o seu trabalho.

À medida que avançamos para um futuro cada vez mais complexo e interconectado, é essencial que abracemos plenamente o papel crucial desempenhado pelos agricultores na nossa sociedade.

Devemos pois trabalhar em conjunto para criar políticas e sistemas que promovam a sustentabilidade agrícola, protejam os direitos dos agricultores e garantam que as suas vozes sejam ouvidas e respeitadas.

• Editorial – edição de fevereiro 2024