A meados de janeiro, decorreu a 15ª edição das Jornadas Técnicas de Horticultura da Horpozim – Associação Empresarial Hortícola, no auditório Municipal da Póvoa de Varzim, onde estiveram presentes cerca de 200 empresários do setor agrícola. Os temas escolhidos para debater, nestas Jornadas, foram as burocracias associadas ao licenciamento da atividade agrícola, o processo dos produtos IGP (Indicação Geográfica Protegida) da Póvoa e os prazos para a sua implementação, as alterações climáticas e o resíduo zero.

Para a organização, estas jornadas representam não só o fecho de um ciclo, de uma série de iniciativas como as tertúlias resíduo zero, de mais uma campanha, mas também a oportunidade de abordagem de temas atuais e que preocupam o setor hortícola. É, para além disso, a oportunidade de reunir os agricultores com as diferentes entidades e organismos que operam no setor, um momento importante para partilhar experiências, conhecimentos e promover o debate entre todos.  De acordo com, Manuel Silva, presidente da Horpozim, esta iniciativa “é ainda uma reflexão profunda daquilo que é o presente e aquilo que queremos para o futuro de uma atividade que na região tem cerca de 2000 empresas ou empresários ligados à fileira hortícola e que cria mais de 10 000 postos de trabalho com um grande impacto económico, já que a Póvoa acaba por ser aqui a capital na produção, na distribuição, e exportação”.

Os temas escolhidos para debater, nestas Jornadas, foram as burocracias associadas ao licenciamento da atividade agrícola, o processo dos produtos IGP (Indicação Geográfica Protegida) da Póvoa e os prazos para a sua implementação, as alterações Climáticas e o resíduo zero.

Horpozim tem novo serviço de consultoria agrícola

Durante as Jornadas, foi apresentado o novo serviço de consultoria agrícola da Horpozim por Rita Fernandes, técnica da associação, que consiste num serviço à medida de cada um, que permitirá cumprir as tarefas burocráticas e executar alguns serviços, mediante uma avença mensal, que inclui o tratamento de toda a prática burocrática afeta à exploração, como cadernos de campo, certificações, bem como visitas e acompanhamento técnico da exploração. Esta apresentação foi complementada com a mostra do software Wisecrop em que será disponibilizada uma versão adaptada à realidade dos agricultores da região para que se caminhe no sentido da digitalização das explorações.

O painel de debate sobre o impacto das alterações climáticas na região, contou com a participação de Carlos Duarte, da Associação Litoral Rural, de Rosa Moreira e Pedro Macedo do Centro do Clima, e debateu-se as adaptações necessárias por parte dos agricultores às alterações climáticas, à resistência das pragas e doenças, aos fenómenos de períodos de chuva intensa e de seca.  Manuel Silva, sublinha à nossa reportagem a importância do Centro do Clima da Póvoa, uma estrutura no município criada recentemente, em que um grupo de catedráticos e investigadores se debruçam sobre aquilo que tem sido os grandes eventos climáticos e de que forma ela tem impactado sobre a atividade agrícola.

Horpozim lamenta atrasos a IGP da Póvoa

Já no início da tarde, foi possível debater o ponto de situação dos produtos candidatos a IGP da Póvoa (cebola da Póvoa, tomate coração de boi da Póvoa e couve penca da Póvoa) com a presença de Paula Hipólito, responsável por este processo em específico na DGADR e Pedro Barraco, Diretor da Cadeia Agroalimentar da Mercadona, que abordou o potencial hortícola da região e o interesse do consumidor nos nossos produtos em particular. Sobre os produtos candidatos a IGP da Póvoa, o presidente da Horpozim lamenta a morosidade de todo o processo iniciado em 2022 e espera que este ano seja realmente o culminar do processo.

No painel sobre o resíduo zero, teve presente Ana Bárbara Oliveira, diretora dos serviços de meio de defesa sanitária da DGAV, Nuno Pita, do Clube de Produtores Continentes e Liliana Perestrelo da empresa certificadora Naturalfa que explicou em que consiste a certificação Zerya (ver caixa). Neste debate ressalvou-se a importância de informar o consumidor sobre a diferença entre produtos resíduo zero e produtos biológicos, e que a segurança alimentar é o foco de todos e estará sempre assegurada.

Para o presidente da Horpozim, estas jornadas foram também marcadas pela presença da AIHO- Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste, que encontram pontos em comum e debatem em conjunto o futuro do setor do país (…).

→ Leia o artigo na Revista Voz do Campo: edição de fevereiro 2024