Localizada na margem esquerda do rio Mondego, a Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), integrada desde 1985 no Politécnico de Coimbra, é detentora de um historial de mais de 135 anos

Além das extensas áreas dedicadas à produção agropecuária e florestais, a Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), dispõe de modernas instalações, oficinas tecnológicas e laboratórios de qualidade, que lhe permitem afirmar-se como uma escola de referência nacional ao nível do ensino e da investigação agrária. Sobre os desafios e oportunidades desta instituição de ensino, falámos com Rui Amaro, presidente da ESAC, que afirma que o ensino agrícola em Portugal não atravessa um grande momento por falta da apetência dos jovens pela área agrícola e daí existir um “esforço das instituições no sentido de atrair alunos com uma perspetiva mais tecnológica, com digitalização das atividades que se fazem no setor, mostrando ao mesmo tempo que a agricultura é uma arte, uma ciência, que precisa de estar conectada no presente e projetada no futuro”.

A ESAC está apostada em ajustar no próximo ano letivo as formações

Apesar de alguma adesão de alunos nos últimos anos, relativamente comparando com algumas instituições congéneres, a ESAC está apostada em alterar já no próximo ano letivo a formação dirigida à agronomia e zootécnica. Rui Amaro, destaca também a formação na área florestal, sendo a ESAC uma das três instituições do país que mantém um curso nesta área e no âmbito do último Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior teve maior adesão. “Isto não se entende muito bem, tendo em conta que Portugal tem uma necessidade extrema de ordenamento e de atuação sobre a área florestal, não há de facto apetência de alunos. Aliás, todas as semanas temos solicitações de empresas para vagas de trabalho e muitas vezes não temos capacidade para responder positivamente”, lamenta Rui Amaro.

Nos últimos anos, para atrair mais alunos, esta Escola tem também apostado em aliar as ofertas formativas com a investigação e inovação e o presidente realça a recente candidatura, em conjunto com outros Politécnicos, para um curso de Doutoramento na área agrícola e da sustentabilidade agroambiental.

Para além disso, são quase meia centena os projetos de investigação nacionais e internacionais nos quais a Escola está envolvida e que dão suporte à atividade letiva e se interligam com a atividade do CERNAS – Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade, localizado na Escola.

“A ESAC caracteriza-se por ser um laboratório vivo”

Com aproximadamente 140 hectares, a ESAC caracteriza-se ainda por ser um “laboratório vivo” com uma diversidade enorme de atividades agropecuárias e florestais composta por uma multiplicidade de funcionalidades. Ao finalizar, o presidente da ESAC lamenta igualmente a falta de financiamento para este tipo de instituições, que exige um esforço contínuo e diferenciado daquilo que acontece noutras instituições de ensino superior.

→ Leia o artigo na Revista Voz do Campo: edição de fevereiro 2024