A AlgarOrange, Associação de Operadores de Citrinos do Algarve, organizou o Workshop “Certificação de Citrinos”, que decorreu no NERA, em Loulé, a meados de janeiro.

Esta sessão teve por objetivo informar os vários intervenientes do setor, produtores, técnicos, operadores e entre outros, sobre vários referenciais de certificação aplicáveis atualmente ao setor dos citrinos, sobre novas versões desses referenciais, e tendências futuras da certificação. Estiveram presentes cerca de 40 participantes.

No workshop, foram apresentadas pela AJAP, Associação de Jovens Agricultores de Portugal, as “Novas Normas Técnicas de Produção Integrada”, nas quais foram introduzidas diversas alterações ao nível da produção, quer relativas à implementação em campo, quer relativas aos registos em caderno de campo. Exemplos desta atualização são a necessidade de elaboração de um “Plano de Exploração” e de um “Plano de Gestão de Resíduos”, bem como da apresentação de referências à eficiência energética e às ações de sensibilização dos trabalhadores sobre a prática da Produção Integrada. Falou-se também sobre o novo “Caderno de Campo Digital”, com uma nova estrutura de registos, a preencher no âmbito da prática da Produção Integrada.

A “Certificação Zerya”, embora tenha exclusividade de utilização em Portugal para a comercialização de produtos numa das cadeias da distribuição, também foi apresentada, pois constitui uma opção para os operadores que queiram certificar produto isento de resíduos mensuráveis para exportação.

Segurança alimentar, proteção ambiental, saúde e bem-estar dos trabalhadores, rastreabilidade e biodiversidade

Esta certificação abrange a produção, a preparação e acondicionamento dos produtos agrícolas. É requisito ter o Referencial GLOBALG.A.P. implementado e a produção é feita de acordo com tabelas técnicas para alguns fatores de produção a utilizar, bem como regulamentos técnicos de atuação, específicos da Zerya para cada cultura.

Na apresentação, pela Kiwa, sobre a “Certificação GLOBALG.A.P. e seus add-ons”, falou-se sobre o referencial em geral, que inclui temas como a segurança alimentar, a proteção ambiental, a saúde e bem-estar dos trabalhadores, a rastreabilidade e a biodiversidade. Foi dada maior ênfase ao módulo “Spring”, o programa sustentável de rega e uso de água subterrânea do GLOBALG.A.P., dado o seu interesse atual para o setor.

Já a “Cadeia de Custódia” do GLOBALG.A.P. visa garantir a segregação e rastreabilidade em toda a cadeia de distribuição, não constitui um esquema de segurança alimentar, é aplicável aos processos da empresa e não de um produto. A nova versão, apresentada pela Naturalfa, consta de algumas alterações ao Regulamento Geral, como: a alinhamento com a versão atual do IFA 6, no que respeita à linguagem e estilo; a inclusão de produtos processados no âmbito da certificação, o esclarecimento sobre a definição de produtos mistos, a clarificação da definição de subcontratado, e a obrigatoriedade de certificação em segurança alimentar reconhecida GFSI (…).

→ Leia o artigo na Revista Voz do Campo: edição de fevereiro 2024