“Vai inicializar uma nova campanha de Tomate de Indústria em Portugal, com o transplante de plantas.
Esta cultura exporta mais de 90% da produção após a sua transformação e tem a particularidade de não ter uma forte dependência do mercado de consumo interno, mas por outro lado está fortemente influenciada pela produção global nas principais zonas.
![](https://vozdocampo.pt/wp-content/uploads/2024/04/Pedro-Pereira-Dias-Director-na-A-Sementeira.png)
Nos últimos 15 anos houve um aumento global de produção em todas as “geografias”, em resposta ao aumento de consumo, conseguindo-se por esta via reduzir as importações, embora a importância da China neste campo continue a ter um peso grande devido ao baixo custo de produção. Ora aqui é que é preciso reflectir?!,
Sabemos que o produto não tem tanta qualidade, não tem as obrigatoriedades sociais iguais as europeias, e não tem o mesmo controle de campo, mas, no entanto, tem crescido as importações de concentrado de tomate para Portugal, para a indústria baixar o custo médio do produto… Será este o caminho a seguir?
Com isso também retira o nosso produto do campo da excelência e coloca num campeonato onde temos muitos competidores e deixamos de ter vantagens!!
Por outro lado, a relação entre agricultores/produtores industriais/transformadores, necessita de ser revista, pois doutra forma poderemos perder o esforço que a fileira tem feito, que mesmo com a subida do custo de cultura e a perda de produtos Fitofármacos para tratamento de algumas doenças e de preparação de solos, as produtividades agrícolas tem crescido a de forma a superar esta subida.
Julgo que esta relação deve ser mais equilibrada, por forma a podermos atrair os nossos agricultores a cultura e fazer com que estes tenham um compromisso de longo prazo e não de ano a ano. Só assim podermos aproveitar a seca dramática no sul de Espanha e deslocalizar essa perda para Portugal, aproveitando o Alqueva para fugir também a falta de rotações de culturas com destaque para as regiões do Ribatejo e Oeste.
Com tudo isto existe razão para que esteja optimista em relação ao futuro próximo, pois com:
– a possibilidade da introdução das novas técnicas genómicas
– o novo pacto ecológico (Green Deal)
– e a ajudas da novas tecnologias para monitorização das culturas
Podermos ajudar novamente os agricultores para continuarem a crescer na sua produtividade e para a indústria continuar a ser atractivo ter empresas transformadoras em Portugal.
Em resumo, a cultura de tomate para a indústria em Portugal é uma actividade agrícola importante, que contribui para a economia do país e para o abastecimento do mercado interno e externo com produtos de qualidade.
Desejo a todos uma excelente campanha”.