“Vai inicializar uma nova campanha de Tomate de Indústria em Portugal, com o transplante de plantas.
Esta cultura exporta mais de 90% da produção após a sua transformação e tem a particularidade de não ter uma forte dependência do mercado de consumo interno, mas por outro lado está fortemente influenciada pela produção global nas principais zonas.
Nos últimos 15 anos houve um aumento global de produção em todas as “geografias”, em resposta ao aumento de consumo, conseguindo-se por esta via reduzir as importações, embora a importância da China neste campo continue a ter um peso grande devido ao baixo custo de produção. Ora aqui é que é preciso reflectir?!,
Sabemos que o produto não tem tanta qualidade, não tem as obrigatoriedades sociais iguais as europeias, e não tem o mesmo controle de campo, mas, no entanto, tem crescido as importações de concentrado de tomate para Portugal, para a indústria baixar o custo médio do produto… Será este o caminho a seguir?
Com isso também retira o nosso produto do campo da excelência e coloca num campeonato onde temos muitos competidores e deixamos de ter vantagens!!
Por outro lado, a relação entre agricultores/produtores industriais/transformadores, necessita de ser revista, pois doutra forma poderemos perder o esforço que a fileira tem feito, que mesmo com a subida do custo de cultura e a perda de produtos Fitofármacos para tratamento de algumas doenças e de preparação de solos, as produtividades agrícolas tem crescido a de forma a superar esta subida.
Julgo que esta relação deve ser mais equilibrada, por forma a podermos atrair os nossos agricultores a cultura e fazer com que estes tenham um compromisso de longo prazo e não de ano a ano. Só assim podermos aproveitar a seca dramática no sul de Espanha e deslocalizar essa perda para Portugal, aproveitando o Alqueva para fugir também a falta de rotações de culturas com destaque para as regiões do Ribatejo e Oeste.
Com tudo isto existe razão para que esteja optimista em relação ao futuro próximo, pois com:
– a possibilidade da introdução das novas técnicas genómicas
– o novo pacto ecológico (Green Deal)
– e a ajudas da novas tecnologias para monitorização das culturas
Podermos ajudar novamente os agricultores para continuarem a crescer na sua produtividade e para a indústria continuar a ser atractivo ter empresas transformadoras em Portugal.
Em resumo, a cultura de tomate para a indústria em Portugal é uma actividade agrícola importante, que contribui para a economia do país e para o abastecimento do mercado interno e externo com produtos de qualidade.
Desejo a todos uma excelente campanha”.