“O desafio de produzir vinhos nos Açores é grande como revelou os últimos quatro anos e só o caminho da qualidade e notoriedade fará com este setor continue a prosperar no futuro”

A atividade da CVR Açores nos anos mais recentes tem incidido naquela que é a sua missão e os seus objetivos que se resumem no controlo e certificação dos vinhos com DO Biscoitos, DO Graciosa, DO Pico e IG Açores como forma de garantir a sua genuinidade e qualidade. Para além disso, é ainda missão da CVR Açores fomentar a promoção e defesa interna e externa dos vinhos certificados.

Nos últimos 10 anos a CVR Açores tem assistido a uma reconversão significativa das áreas ocupadas por Híbridos Produtores Diretos que tomaram espaço depois da crise do oídio e da filoxera. Diz Vasco Paulos, presidente da CVR Açores, que a aposta tem incidido principalmente nas 3 castas nobres dos Açores: Arinto dos Açores, Verdelho e em menor expressão a casta Terrantez do Pico. Neste espaço temporal assistiu-se a um sextuplicar da área de vinha homologada, sendo esta atualmente da ordem dos 1 200 hectares com aptidão DO Biscoitos, DO Graciosa, DO Pico e IG Açores.

A evolução em termos quantitativos do vinho produzido tem também ela verificado um aumento, apesar desse crescimento ter sido afetado por alguns maus anos em termos de condições climatéricas (por ex. 2021 e 2022) com impacto direto na produção. Em 2014, assistiu-se a um volume de vinho apto a certificação na ordem dos 177 500 l, enquanto que na última vindima esse volume foi na ordem dos 380 000 l.

Em termos qualitativos a evolução dos vinhos dos Açores também foi notória. “Os vinhos dos Açores gozam atualmente de um reconhecimento tanto em termos nacionais como até mesmo internacionais que há dez anos atrás não se previa possível atingir”, esclarece Vasco Paulos.

O mercado interno continua a ser o principal mercado dos vinhos dos Açores, contudo nos últimos anos a evolução das exportações tem sido bastante notória e significativa. De acordo com o presidente da CVR Açores se em 2014, com base em Documentos de Acompanhamento e Certificados de Origem validados pela CVR Açores, “tínhamos um volume de 256,5 l de vinho exportado em 2022 esse valor atingiu os 61 902,75 l, ficando o ano de 2023 na ordem dos 39 204,75 l, refletindo neste último valor a baixa produção de 2022 motivada pelas condições climatéricas adversas”.

Sobre a última campanha, Vasco Paulos, refere que no “seguimento de maus anos de produção da vinha nos Açores, afetada por condições e fenómenos atmosféricos adversos, se em 2019 tivemos um dos melhores anos de sempre com o volume de vinho apto a certificação na ordem dos 610 000 l, de 2019 para 2020 assistimos a uma redução superior a 40%, ficando o volume em 2020 na ordem dos 350 000 l. A redução no volume de vinho apto a produção continuou nos dois anos seguintes, ficando na ordem dos 305 500 l em 2021 e 187 000 l em 2022” (…).

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