O IV Leilão de Reprodutores da AGRIANGUS realizou-se na freguesia da Asseiceira, no concelho de Tomar, a meados de março.

Durante a manhã, os participantes tiveram oportunidade de ver os lotes de animais disponíveis na exploração e à tarde realizou-se o leilão, propriamente dito, no salão de eventos da CAÇABRAVA. No evento, estiveram presentes mais de 200 pessoas.

A AGRIANGUS, como o nome indica desenvolve o seu trabalho sustentado na Raça Aberdeen-Angus, e segundo a empresa tem sido a única entidade privada a fazer a venda de reprodutores através de leilão. “À semelhança de outros países acreditamos que seja o caminho para a transparência na comercialização e valorização dos reprodutores. A venda em leilão exige um grande nível de rigor e incute uma responsabilidade acrescida em melhorar ano após ano, já que todos os dados dos animais são tornados públicos”, frisa João Diogo Ferreira, responsável pela AGRIANGUS.

Nas palavras do responsável, “o principal destaque do IV Leilão recai sobre o facto de todos os animais possuírem teste genómico. O teste genómico veio juntar-se a um extenso número de dados já disponibilizados pela AGRIANGUS”.

Para além da genómica, são disponibilizados dados de crescimento, valores genéticos, informação da testagem de eficiência alimentar, resultados da ultrassonografia das massas musculares (qualidade da carne), entre outros.

“Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, já existem criadores com altos níveis de literacia, que valorizam este tipo de informação”, acrescenta João Diogo Ferreira.

Questionado para se pronunciar sobre o papel do melhoramento genético na busca do “animal ideal”, o responsável afirma que difere de exploração para exploração, mas que existem aspetos transversais, valorizados por qualquer criador. “Em primeiro lugar os partos devem ser fáceis e o instinto maternal tem de estar presente. Posteriormente procuramos um crescimento explosivo e de caráter precoce, de forma a alcançar a maturidade sexual mais cedo e no caso de animais destinados ao consumo, um acabamento atempado que possibilite a deposição de gordura, garantindo um padrão elevado da qualidade da carne”, conta.

“Há umas décadas a criação em linha pura era uma arte, hoje talvez seja mais uma ciência”

Sobre a evolução do melhoramento genético, João Diogo Ferreira, sublinha que “há umas décadas a criação em linha pura era uma arte, hoje talvez seja mais uma ciência. Atualmente, existem ferramentas que permitem caracterizar os indivíduos ao detalhe, não deixando nenhum aspeto ao acaso (…).

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