A ANPROMIS – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo, através do InovMilho – Centro Nacional de Competências das Culturas do Milho e Sorgo, realizou no dia 10 de abril, em Coruche, um Dia Aberto dedicado às “Culturas de Cobertura: vantagens e condicionantes técnicas”, em parceria com a ANPOC – Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais, a APOSOLO – Associação Portuguesa de Mobilização de Conservação do Solo, o COTHN – Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional e a FNOP – Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas.
O evento reuniu cerca de 300 pessoas, no qual os agricultores tiveram oportunidade de perceber melhor as mais-valias das culturas intercalares, com vantagens quer ao nível ambiental, mas também económico. Segundo informações avançadas no comunicado de imprensa, ao nível ambiental, as culturas de cobertura aportam melhorias ao solo que posteriormente podem refletir-se em aumentos de produtividade e redução de utilização de produtos químicos para combater pragas e doenças. Desde logo aqui pode existir um ganho económico. Por outro lado, destas culturas de cobertura podem, por exemplo, resultar outros aproveitamentos, tais como o uso forrageiro que poderá ser comercializado para alimentação animal.
O Dia Aberto permitiu ainda alertar as autoridades presentes que, apesar das evidentes mais-valias das culturas de cobertura, as mesmas não devem ser condição para recebimento de algumas ajudas comunitárias, uma vez que as condicionantes técnicas da sua instalação podem, em certos casos, ser prejudiciais à estrutura do solo.
Jorge Neves, presidente da ANPROMIS, aproveitou esta jornada para realçar a importância dos Centros de Competência no panorama agrícola nacional. “O InovMilho constitui um bom exemplo da colaboração que é possível estabelecer entre a administração central, aqui representada pelo INIAV, pelo poder local, aqui representado pela Câmara Municipal de Coruche, e os produtores e milho aqui representados pela ANPROMIS. Mas se a forte dinâmica de alguns centros de competência é por todos reconhecida, não é menos verdade que a não abertura de avisos no âmbito dos grupos operacionais está a prejudicar-nos muito seriamente. É pois fundamental que nos próximos meses um novo aviso seja aberto pois a inovação e a investigação não podem estar mais tempo sem financiamento, sob pena da competitividade técnica da agricultura portuguesa ficar colocada em causa”.
INAUGURAÇÃO DA UNIDADE DE PRODUÇÃO PARA AUTOCONSUMO (UPAC)
No sentido de reduzir a dependência energética, a ANPROMIS – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo, inaugurou no decorrer do Dia Aberto a Unidade de Produção para Autoconsumo (UPAC), uma instalação de painéis fotovoltaicos que resulta de um investimento de 60 mil euros, suportado pela ANPROMIS com uma taxa de financiamento de 60%. O objetivo é tornar esta Estação auto-suficiente do ponto de vista energético. “A UPAC que agora inaugurámos, mais do que um investimento, constitui um claro sinal do que temos de fazer para nos tornarmos independentes do ponto de vista energético e defendermo-nos assim das flutuações de preços ao nível da energia e que tanto afetam a cultura de regadio”, disse Jorge Neves.