A ordenha robotizada é, como o nome indica, um sistema que permite realizar a ordenha de vacas leiteiras sem a participação direta do operador. As vacas são ordenhadas durante as 24 horas do dia acedendo de forma voluntária a um equipamento automático de ordenha – o robot de ordenha.

Esta tecnologia foi iniciada no final do séc. XX nos Países Baixos e tem tido um forte desenvolvimento e popularidade existindo atualmente mais de 35000 robots de ordenha em todo o mundo. No nosso país, o primeiro equipamento foi instalado em 2006. Hoje, existem mais de 150 explorações e mais de 250 robots em território nacional.

Como qualquer outro sistema, a ordenha robotizada tem vantagens e desvantagens. Na tabela seguinte estão enumeradas algumas das mais pertinentes.

A escassez de mão de obra e a flexibilidade do horário com a consequente melhoria da qualidade de vida do produtor de leite são as grandes motivações para o investimento nestes equipamentos.

A utilização de robots de ordenha aporta novos desafios tanto aos produtores como aos técnicos que prestam apoio às explorações leiteiras. Neste sistema, as interações entre a atividade dos animais, o seu comportamento, a dieta alimentar, a ingestão, a saúde e a produção de leite são bastante complexas. Para se atingir a máxima eficiência e tirar o melhor proveito das ordenhas robotizadas é necessária uma abordagem que integre e otimize várias dimensões da exploração leiteira.

É, portanto, necessário que o nutricionista assuma um papel que extravasa o conceito estrito da nutrição. Além da construção de um arraçoamento equilibrado e eficiente o técnico tem de trabalhar em vários parâmetros de gestão do funcionamento do robot.

É importante realçar a dupla função da alimentação das vacas em sistema de ordenha robotizado. Além de cobertura das necessidades nutricionais dos animais, de forma equilibrada e saudável, tem de estimular a visita dos animais ao robot. Para se conseguir este objetivo é necessário observar um conjunto de fatores:

A formulação e fabrico dos granulados para robots de ordenha deve obedecer a critérios específicos de forma a assegurar a apetência, segurança e qualidade geral do concentrado oferecido.

As tabelas de alimentação têm de se adaptar à curva natural de lactação da vaca proporcionando os nutrientes certos na altura certa.

Deve-se atingir o equilíbrio entre o aporte de nutrientes na manjedoura (Partial Mixed Ration) e aquele que será obtido através do concentrado disponibilizado no robot de ordenha. PMR com excesso de energia e de proteína torna as vacas menos ativas. É também importante estabelecer limites na dieta de hidratos de carbono não fibrosos e teores mínimos de fibra digestível.

É necessário proporcionar aos animais, forragens de boa qualidade. A baixa digestibilidade na alimentação oferecida na manjedoura influencia negativamente a atividade das vacas.

Ter sempre água e alimento disponível na manjedoura. Falhas a este nível afetam negativamente a atividade dos animais. O aumento de frequência de distribuição do alimento da manjedoura e número de vezes que este é empurrado favorece o número de ordenhas. Dentro da sua abordagem de procura constante pelas melhores soluções, a De Heus desenvolveu um sistema de alimentação específico para robots de ordenha: RobotExpert. É um conjunto completo e integrado de produtos, processos e ferramentas informáticas que responde de forma profissional aos novos desafios colocados pela ordenha robotizada (…).

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo: edição de maio 2024

Autoria: José Alves, Assistente Técnico Ruminantes, De Heus Nutrição Animal S.A.