Caracterização e Enquadramento do Setor

O Pêssego (Prunus Persica), fruto do pessegueiro, é uma espécie nativa da China. Pode ser classificado em dois grupos distintos: o de polpa amarela e o de polpa branca, cada um com as variedades “caroço solto” e “caroço aderente”. Desta forma, o pêssego pode ter forma esférica ou oval, casca com pilosidade e cor que varia entre o amarelo e vermelho.

Os pessegueiros devem ser plantados em zonas temperadas de clima Mediterrânico quente, num solo com textura franco-limoso ou sílico-argilosos, profundos e bem drenados, arejados e férteis com muita matéria orgânica e profundidade maior que 50cm. Têm uma vida produtiva entre os 15 e os 20 anos, com entrada em produção aos 3 anos e atingem a plena produção aos 6 anos. A produção de pêssego ocorre entre finais de Abril e Setembro, altura em que a oferta é maior.

1. Conjuntura Nacional

Apresenta-se, de seguida, a evolução da produção, da superfície de exploração e da produtividade em Portugal do pêssego no período de 2012 a 2022. Dados recolhidos do INE.

Verifica-se que a superfície instalada em Portugal tem-se mantido relativamente estabilizada em torno dos 3 800 hectares. Contudo, a produção tem tido algumas oscilações ao longo do periodo de análise tendo-se Análise Setorial Subsetor – Pêssego observado um mínimo de produção de 22 839 toneladas em 2013 e um máximo de 46 899 toneladas em 2015. Em 2022 registou-se uma produção de pêssego de aproximadamente 32 830 toneladas. Em 2022, a principal região produtiva de Portugal foi a Beira Interior com 48.2% de superfície instalada, seguida do Alentejo com 20.3% e do Ribatejo e Oeste com 13.1%.

Em termos de produtividade observou-se um mínimo de 6 259 kg/ha em 2013 tendo-se registado um máximo de 12 506 kg/ha em 2015. Em 2022 a produtividade alcançada foi de 8 574 kg/ha. No periodo de referência, a produtividade média da cultura de pêssego foi de aproximadamente 10 000 kg/ha.

2. Comércio Internacional

Apresenta-se, de seguida, os principais indicadores referentes ao comércio internacional. Refira-se que Portugal regista um saldo comercial deficitário evidenciando um volume de importações de pêssego substancialmente superior às exportações.

Em análise ao gráfico apresentado verifica-se que existiu uma tendência de diminuição do volume de importações a partir de 2019. Em termos de exportações verifica-se que o volume registou algum crescimento em 2022. Em 2022 registou-se um total de 41 685 toneladas importadas de pêssego e um total de 11 898 toneladas exportadas do respetivo fruto. O consumo aparente fixou-se em cerca de 62 617 toneladas em 2022 verificando-se que Portugal evidencia um grau de abastecimento do mercado interno de aproximadamente 33.4%.

Em análise ao gráfico acima fica evidente o saldo deficitário da balança comercial de Portugal na cultura de pêssego. Em todo o período de referência, o volume de importações foi substancialmente superior ao total de exportações. Em 2022 o saldo da balança comercial em volume foi negativo em aproximadamente 29 787 toneladas.

À semelhança da balança comercial em volume, a balança comercial em valor é também deficitária tendo Portugal registado um saldo comercial negativo de 36.5 milhões de euros em 2022.

Em termos de preços de importação e exportação verifica-se uma tendência decrescente ao longo do período em análise, nomeadamente a partir de 2020. Em 2022 observou-se um preço médio de importação de cerca de 0.85€/kg e um preço médio de exportação de aproximadamente 0.97€/kg.

Quanto aos preços praticados no mercado nacional, de acordo com as cotações médias divulgadas pelo SIMA GPP, verifica-se que o preço registou uma descida substancial em 2023 tendo estabilizado face ao preço médio do triénio de 2020-2022. Em 2023 o preço médio nacional passou de cerca de 2.80€/kg no inicio da campanha para um valor estabilizado em torno de cerca de 1.30€/kg nas últimas semanas da campanha.

Fonte: Agrogarante