O desafio da agricultura do século XXI

O setor agrícola de hoje enfrenta um enorme desafio: alimentar uma população em crescimento e, ao mesmo tempo, adaptar-se a práticas mais sustentáveis que envolvem a redução de produtos químicos.

Para sustentar esta nova população, a agricultura adotou sistemas agrícolas mais complexos e onerosos, que implicam a otimização do crescimento e da produtividade das plantas através da seleção de variedades de elevado rendimento, que requerem, em muitos casos, a aplicação de planos de cultivo altamente assistidos e onerosos, com grandes exigências em termos de sistemas de irrigação e da utilização de agroquímicos, fertilizantes e pesticidas que, em grande medida, lixiviam do solo para as águas subterrâneas, os rios e os oceanos, conduzindo à eutrofização e à perda de biodiversidade.

Num contexto de forte pressão económica, social e regulamentar na UE (2019/1009, Regulamento 1107/2009), os agricultores estão conscientes de que devem alterar as suas práticas agrícolas para reduzir o impacto no ambiente. Ao mesmo tempo, têm um compromisso para com a nossa sociedade de manter as produtividades em conformidade com as necessidades exigidas pela população. Neste dilema, o mercado oferece cada vez mais soluções sustentáveis que ajudam a reduzir o uso de fertilizantes químicos, sem reduzir a produtividade das culturas.

Estes novos produtos incluem bioestimulantes e biofertilizantes, que são capazes de regenerar o solo e estimular os processos naturais da cultura para melhorar a absorção e a eficiência dos nutrientes, reforçar a tolerância aos stresses bióticos e abióticos e, consequentemente, aumentar a produtividade.
Existem também algumas soluções de origem natural que fornecem fitohormonas e uma multiplicidade de ingredientes ativos que contribuem para regular o crescimento das plantas em todas as fases fenológicas. Entre estas novas soluções sustentáveis, os extratos de algas marinhas são os mais populares.

Fitohormonas de origem marinha

As fitohormonas de origem marinha desempenham um papel fundamental na coordenação dos processos de crescimento e de comportamento nos ciclos de vida das plantas. Promovem o crescimento apical da planta durante todos os estádios fenológicos. Servem como molécula de sinalização para o desenvolvimento dos órgãos vegetais e para a regulação e coordenação do crescimento.

No entanto, os produtos atualmente disponíveis no mercado ainda não atingem a eficácia desejada. A maior parte deles não contém, por exemplo, ácido indoleacético (IAA)(1) ou contém-no em concentrações muito baixas (1 ppm ou menos), o que explica em grande parte a sua fraca eficácia. O resultado é que o agricultor tem de recorrer a um maior número de aplicações ou tem de os aplicar juntamente com outros produtos de origem sintética, o que torna este processo significativamente mais dispendioso.

O agricultor vê-se confrontado com um desfasamento entre o marketing que cria um elevado nível de expetativas e os fracos resultados obtidos pelos produtores. A razão para tal reside, muito provavelmente, nas baixas concentrações de hormonas oferecidas pelos atuais produtos biológicos.

O desafio para o mercado é abordar novos métodos de extração que garantam concentrações elevadas de fitohormonas sem custos elevados para os produtores, que enfrentam cada vez mais margens económicas reduzidas (…).

Mais informação em: Ficosterra

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