A CAPEMEL – Cooperativa de Apicultores e Embaladores de Mel CRL, sediada na Batalha, desde a sua constituição em 2015 tem-se destacado no cenário apícola português.

Composta por 81 associados de diversas regiões do país, a cooperativa tem um compromisso claro que permite apresentar ao mercado diversos tipos de méis e outros produtos resultantes da colmeia como pólen ou própolis. A CAPEMEL opera com um modelo cooperativo onde os associados desempenham um papel fundamental. Maria João Novo, administrativa da cooperativa, explica que cada associado deve entregar 90% da sua produção de mel à CAPEMEL. “Este mel é inicialmente extraído pelos próprios apicultores e entregue à cooperativa em bidões”, partilha. Depois, para garantir a qualidade e a origem dos seus produtos, a CAPEMEL submete todos os méis a uma análise polínica. “Esta análise é crucial para determinar se o mel corresponde ou não à flora específica mencionada. Caso o mel não atinja a percentagem necessária de uma flora específica, é classificado como multiflora, que é caracterizado por conter néctar de diferentes florações”, esclarece Maria João Novo.

Polje D’Aire- a marca da CAPEMEL
No início da CAPEMEL o mel era comercializado a granel, no entanto, recentemente, a CAPEMEL decidiu investir no embalamento, criando uma marca própria Polje D’Aire. Esta marca inclui uma variedade de méis, como o multiflora, laranjeira, alecrim, rosmaninho, entre outros.

A CAPEMEL tem conseguido responder a uma crescente procura no mercado nacional, fornecendo os seus produtos para diversas cadeias, incluindo hotéis, restaurantes e hipermercados.

Apoios diretos ao apicultor são prioritários
Sobre o setor, a administrativa da CAPEMEL, destaca a falta de apoios diretos ao apicultor que pode levar ao abandono da atividade. “Embora exista algum apoio estatal para a aquisição dos tratamentos da abelha, a ajuda direta aos apicultores tem sido limitada. Embora, no início do ano pela primeira vez, foram dados apoios relacionados com os impactos da seca e dos incêndios florestais (…). Existe uma expectativa de novos apoios, embora as diretrizes ainda não tenham sido publicadas”, lamenta Maria João Novo.

Outro aspeto crucial mencionado por Maria João Novo é a necessidade de maior sensibilização do consumidor sobre os diferentes tipos de méis e os produtos associados às abelhas. “Apesar do crescente interesse, ainda há muita desinformação. Campanhas de sensibilização são essenciais não só para promover o consumo de mel, mas também para destacar a importância da abelha como principal polinizador”, finaliza.

→ Leia este e outros artigos na Revista Voz do Campo: edição de julho 2024