Amílcar Duarte, professor e investigador na Universidade do Algarve, recorda que os agricultores vieram a especializar-se em determinadas culturas e uma delas foi os citrinos.

“Há 2 aspetos que podem caracterizar a evolução das últimas décadas: a especialização da citricultura e depois a presença do técnico no campo. Hoje grande parte das operações são dirigidas por agrónomos no campo, e isso fez com que a citricultura desse um salto sob ponto de vista tecnológico, do cuidado, facilidade, das especialidades de certificação (….) e obviamente teve consequências do ponto de vista de resíduos de pesticidas na fruta e redução do impacto ambiental”.

Introduzir a produção animal juntamente com a produção vegetal

Amílcar Duarte, afirma que para manter tudo isto, tem de haver uma maior diversificação das explorações agrícola. “Se por lado, é bom que não fiquem dependentes de uma cultura só e, por outro, a diversificação contribui também para o mosaico equilibrado de culturas, para um maior rendimento da exploração agrícola”.  O mesmo considera ainda que era importante introduzir a produção animal juntamente com a produção vegetal. “Hoje um pomar de citrinos só produz citrinos (…) quando ele produz vegetação espontânea era suficiente para alimentar animais (sobretudo ovelhas). Por um lado, podem controlar as infestantes e, por outro, podem ser outra fonte de rendimento. No fundo, contribuir para uma citricultura mais sustentável. O caminho a seguir tem de ser este”, termina o professor.

Leia este e outros artigos na reportagem completa da II Semana da Agricultura da UTAD na Revista Voz do Campo: edição de maio 2024