O MUNDOLIVAR é organizado desde a sua primeira edição pelo Grupo Editorial Mercacei e pelo Grupo Agromillora, ambos líderes nos seus respetivos setores, o que multiplicou exponencialmente o poder de mobilização deste evento.
É desta forma que Juan A. Peñamil, CEO do Grupo Editorial Mercacei, explica a adesão de participantes reunindo recentemente durante dois dias na Universidade de Córdoba (Espanha) cerca de 1400 participantes. Se por um lado, o Grupo Editorial Mercacei é o maior grupo editorial de olivicultura do mundo, o Grupo Agromillora é o líder internacional no setor dos viveiros, afirma o CEO. Portugal foi o país convidado devido à revolução que se registou na olivicultura portuguesa nas últimas duas décadas em termos de produção, agronomia e tecnologia.
Que balanço pode fazer do MUNDOLIVAR 2024?
As boas críticas e experiências dos participantes na primeira edição levaram muitos deles a repetir e outros quiseram participar este ano pela primeira vez. A organização foi obrigada a encerrar as inscrições dias antes do MUNDOLIVAR 2024 porque o evento já estava cheio e tínhamos uma grande lista de espera, o que demonstra o grande sucesso deste Congresso.
Nesse sentido, que estratégias foram utilizadas para atrair um público tão vasto?
O Grupo Editorial Mercacei celebrou este ano o seu 30º aniversário com 8 publicações temáticas dedicadas ao olival e ao azeite. O nosso Grupo chega diariamente a 18.000 profissionais do setor olivícola através da nossa Newsletter. Isto, somado aos 6 milhões de page views por mês do Mercacei.com, torna muito fácil a comunicação direta com olivicultores, produtores, investidores e embaladores de todo o mundo, o público-alvo do MUNDOLIVAR. O feedback muito positivo da edição anterior também contribuiu muito para criar uma grande expetativa para a edição deste ano, para além de um programa com conteúdos extremamente interessantes, repleto de profissionais de alto nível que participaram no Congresso.
Quais foram as principais inovações e tendências reveladas durante o evento que prometem moldar o futuro da olivicultura?
O MUNDOLIVAR 2024 estruturou-se em torno de nove mesas-redondas, nas quais se sublinhou que o azeite virgem extra é um produto resiliente, que está acima do preço e fideliza o consumidor, embora se tenha destacado a necessidade de unir esforços para captar a atenção do público mais jovem. Sustentabilidade e eficiência foram também termos que estiveram sempre presentes nas intervenções dos mais de 50 oradores nacionais e internacionais que participaram no Congresso. O enorme potencial do olival para a valorização da biodiversidade foi também referido, assim como a revolução genética para o controlo de pragas e o combate às alterações climáticas, e a Inteligência Artificial como uma realidade já presente tanto no campo como no lagar, oferecendo grandes oportunidades para prever e otimizar o processo de produção do azeite de forma a atingir a máxima qualidade.
Quais foram as principais opiniões dos participantes sobre os temas debatidos?
Espetacular. Impressionante. Único. Estes foram alguns dos adjetivos que se ouviram no encerramento do MUNDOLIVAR 2024. Todos os participantes concordaram que este Congresso é um curso intensivo de mestrado de 48 horas ministrado pelos mais reconhecidos especialistas internacionais e que, ano após ano, conta com as empresas mais avançadas do setor.
Quais são os exemplos mais promissores da utilização da Inteligência Artificial (IA) na gestão de pragas, irrigação, apresentados durante o evento? Como é que a IA está a revolucionar a tomada de decisão no setor olivícola e quais são os benefícios mais notáveis mencionados pelos oradores?
Os membros da mesa-redonda “Inteligência Artificial no campo e no lagar” detalharam os benefícios da Inteligência Artificial como uma ferramenta para tomar as melhores decisões na gestão de pragas, como a mosca da azeitona, para a gestão da água de irrigação e dos processos de moagem, para determinar o momento ideal de colheita com base na previsão do rendimento da gordura, ou para melhorar a qualidade na indústria da azeitona. Os participantes referiram-se a tecnologias como o Digital Twin para planear uma gestão mais eficiente da irrigação ou aplicadas ao lagar para otimizar o processo, aumentando a produtividade e impulsionando a rastreabilidade. Todos eles consideraram que a Inteligência Artificial vai revolucionar o conhecimento e a atividade no setor e, entre as suas vantagens, detalharam que pode prever cenários, ajudando a tomar decisões e oferecendo soluções para as necessidades reais do campo e do lagar. Sublinharam ainda a importância da colaboração público-privada para que estas soluções “deem o salto para a vida real”, a necessidade de formação e capacitação de todos os agentes do setor neste domínio (…).
