A Kiwigreensun, uma das maiores organizações de produtores de kiwi da Península Ibérica, com sede no concelho de Guimarães, destaca-se pela sua abordagem inovadora e sustentável no cultivo e comercialização de kiwis. Fundada em 2004, a empresa cresceu significativamente ao longo dos anos, passando de uma pequena produção familiar para uma organização que abrange mais de 600 hectares e uma capacidade de armazenamento que ultrapassa as 18.000 toneladas.

O administrador, Vítor Araújo, relembra que a Kiwigreensun nasceu como uma forma de apoiar as plantações familiares, inicialmente para atender à produção do seu pai e dele próprio. “Percebemos a necessidade de estarmos mais próximos do mercado, acompanhando o ciclo completo desde a produção até à comercialização”, afirma Vítor Araújo. Assim, em 2004, a empresa deu os seus primeiros passos com uma capacidade de frio para 1800 toneladas. “Achávamos que seria suficiente para os primeiros anos, mas rapidamente percebemos o potencial de crescimento”, conta o administrador. Atualmente, a Kiwigreensun trabalha com cerca de 60 produtores, cultivando uma área de mais de 600 hectares, com uma capacidade de armazenamento de 18.000 toneladas.

Reconhecida como Organização de Produtores (OP) em 2015, a Kiwigreensun é a maior estrutura da Península Ibérica em termos de volume e área plantada. Em 2022, a Kiwigreensun recebeu cerca de 14.500 toneladas de kiwis, e, apesar de uma quebra prevista para este ano devido a condições climáticas adversas, espera-se uma recuperação em 2025, com uma produção estimada em 16.000 toneladas.

A Kiwigreensun é conhecida pela sua proximidade com os produtores, oferecendo apoio técnico e um acompanhamento constante. “Somos tratados todos de forma igual, o que cria um ambiente de confiança entre os produtores”, destaca Vítor Araújo.

A empresa foca-se em garantir a qualidade desde o campo até à comercialização, apostando em certificações rigorosas e tecnologias avançadas.

Recentemente, a Kiwigreensun investiu cinco milhões de euros em novas infraestruturas, incluindo uma máquina de calibragem de última geração que realiza o controlo da qualidade dos frutos.

Com o mercado de kiwi em crescimento com uma grande procura tanto em Portugal como no estrangeiro, a Kiwigreensun continua a expandir a sua atividade. “Prevemos aumentar a área plantada em 100 hectares nos próximos anos”, antecipa Vítor Araújo. A empresa está também a investir em novas câmaras frigoríficas em atmosfera controlada, com um novo investimento de cinco milhões de euros. “O nosso objetivo é continuar a crescer, garantindo sempre a qualidade que nos distingue no mercado”, considera Vítor Araújo.

Um desafio crítico da cultura do kiwi é a mão-de-obra.

Foi na Quinta da Mogada, em Sande, no concelho de Guimarães, que João Mendes, técnico de produção, explicou que a Kiwigreensun começou a produzir com a variedade Hayward, mas rapidamente passou a apostar na variedade Boerica. “Cerca de 80% da nossa produção atual é da variedade Boerica, que se destaca pela sua doçura e aspeto visual, sendo muito bem recebida no mercado”, revela João Mendes.

O técnico de produção revela-nos que a produção de kiwis não está isenta de desafios. Desde 2010, os produtores enfrentaram a bactéria PSA, que afetou gravemente a produção. Segundo João Mendes, “apesar de não ser possível eliminar completamente a bactéria, os produtores aprenderam a conviver com ela seguindo alguns critérios (…)”. Além disso, novas pragas, como lagartas e o percevejo asiático, têm causado problemas. “Estamos a usar armadilhas de captura maciça para controlar a população do percevejo, evitando ao máximo o uso de produtos químicos”, explica João Mendes.

Outro desafio crítico é a mão-de-obra. “A produção de kiwi é pouco mecanizada, desde a poda até à colheita, tudo é feito manualmente”, destaca ainda o técnico.

De acordo com João Mendes, a Kiwigreensun está comprometida com práticas sustentáveis, como o uso de telas plásticas, nos primeiros anos da plantação, para controlar infestantes e melhorar a eficiência da rega e adubação, evitando herbicidas sempre que possível.

Quanto ao mercado, a empresa exporta cerca de 80% da sua produção, principalmente para o mercado ibérico – Espanha, e também para países como França, Brasil, Marrocos e Canadá.

“O nosso kiwi é valorizado pela sua qualidade (…) graças ao clima diferenciado de Portugal que proporciona um sabor único, com um contraste ácido-doce que os consumidores apreciam”, destaca João Mendes.

A NATURALFA tem sido responsável por garantir que a Kiwigreensun esteja em conformidade com certificações cruciais como o GLOBALG.A.P. e o GRASP. Essas certificações são fundamentais para assegurar a segurança alimentar e as boas práticas sociais nas operações agrícolas.

A Kiwigreensun tem uma forte parceria com a NATURALFA, responsável pela certificação GLOBALG.A.P. e de Produção Integrada. “A certificação é crucial para garantir um produto seguro e reconhecido no mercado, especialmente para exportação”, comenta Vítor Araújo.

Por sua vez, o técnico de produção, adianta que o “trabalho que a NATURALFA presta é fenomenal (…) neste momento certifica praticamente todos os produtores da OP. A certificação e o seguimento das linhas que estão dentro do esquema de certificação leva a que no final tenhamos lotes muito homogéneos (…) ao termos lotes homogéneos o entreposto consegue fazer um trabalho de busca de qualidade, e responder ao mercado com quantidade suficiente dentro das exigências do cliente”.

De acordo com Liliana Perestrelo, CEO da NATURALFA, a Kiwigreensun é, sem dúvida, uma referência no setor de kiwi. “Apesar de ser uma empresa jovem, a Kiwigreensun já apresenta um percurso muito estável e um crescimento progressivo”, destaca a CEO. A NATURALFA, ao estabelecer esta parceria, encontrou um alinhamento perfeito com a filosofia de trabalho da Kiwigreensun, que é uma organização bem estruturada, com uma visão clara de mercado e um plano sólido para evoluir (…).

→ Leia a reportagem completa na Revista Voz do Campo  edição de dezembro 2024, disponível no formato impresso e digital.

 

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